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De olho no futuro


16/05/2006


José Reinaldo Marques
19/05/2006  

O paulista Daniel Villaça, de 25 anos, começou a fotografar aos 16, registrando as viagens que fazia com amigos pelo litoral paulista, para surfar. Aos 20, iniciou a carreira como fotojornalista ao ingressar no Diário do Litoral, jornal de Santos em que trabalha até hoje, tendo atuado também nas sucursais de Florianópolis dos jornais A Notícia e Folha de S. Paulo, no jornal Folha Press e na agência fotográfica Futura Press.
— Resolvi ser fotógrafo porque acreditava no resultado do meu trabalho e sabia que ele poderia ser útil.

Na adolescência, Villaça chegou a pensar em viver do surfe, mas depois descobriu que “é um setor meio complicado para se trabalhar”. Então, decidiu fazer um curso de Fotografia e seguir uma profissão que, segundo diz, desvenda o dia-a-dia de uma parcela do povo brasileiro:
— Através da fotografia, podemos mostrar, denunciar, divulgar e tornar públicas as questões sociais do País.

Para ele, usar a imagem como linguagem para abordar questões de cidadania é uma função que vem sendo muito bem desempenhada pelos jornais diários — e tem sido sua opção nos trabalhos pessoais:
— Estou às voltas com dois projetos particulares: um voltado para as desigualdades sociais no Brasil, outro em que o foco é o meio ambiente, questões como saneamento básico, limpeza do rio Tietê, em São Paulo, queimadas etc.

As questões ambientais, aliás, sempre interessaram a Daniel Villaça, que se diz fã de Araquém Alcântara — considerado um dos mais importantes fotógrafos da atualidade em matéria de registros da natureza do Brasil, tema de 15 livros seus — e cita também Sebastião Salgado como autor de algumas das melhores reportagens fotográficas que já viu.

O trabalho de Villaça tem sido muito elogiado em seu estado, inclusive pela Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de São Paulo, que pôs seu portfolio para ser apreciado no site da entidade. Sobre o que mais lhe agrada no fotojornalismo e o trabalho mais marcante de sua carreira por enquanto, ele diz:
— O melhor do fotojornalismo é ter a máquina na mão e poder fazer notícia, estar presente aos acontecimentos históricos de uma região e registrar o momento. Por isso, considero que minha melhor foto até agora foi a de um carro que tinha acabado de cair em um canal em Santos. Registrei o detalhe do motorista tentando sair do veículo, enquanto este afundava.

Apesar de gostar muito de sua profissão, Villaça não poupa críticas em relação ao mercado para o repórter-fotográfico:
— Nos jornais e agências de notícias por que passei, vi que hoje não é possível viver somente do jornalismo, pois nosso trabalho ainda não é bem remunerado. Nas agências de imagens, o profissional só é pago pelo material publicado e ainda tem que arcar com despesas de transporte, equipamento…

Sobre seu futuro no fotojornalismo, ele diz:
— Tenho vontade, mais tarde, dar aula de Fotografia para jornalistas e desenvolver projetos no Brasil voltados para o meio ambiente e a geografia. Quero direcionar meu trabalho para o jornalismo ambiental. Acredito que as guerras do futuro serão por recursos naturais, por matéria-prima, pela água. Em matéria de natureza e biodiversidade, nosso País é rico como nenhum. Precisamos dar valor ao que é nosso. 

 

                           Clique nas imagens para ampliá-las: 

“Tirada na Avenida Água Espraiada…”

“Estava em Florianópolis, cumprindo…”

“A pauta era
o aumento
da tarifa…”

“Esta foto é
um flagrante
do descaso…”

“Em outra
pauta do Diário do Litoral…”

“O espetáculo da natureza, provocado…”

“Esta foto
foi feita durante…”

“Era carnaval e fiz esta foto do alto de um …”

“Estava
de férias e consegui…”