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Contraponto, da PUC-SP, homenageia centenário da ABI


11/09/2008


Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação e Filosofia da PUC-SP, Contraponto completa seus oito anos de publicação homenageando outro aniversário: o de um século de ABI.

Veículo que tem sido destacado nos meios acadêmico e jornalístico como uma importante ferramenta no processo de aprendizado de futuros jornalistas, Contraponto é editado em cores, com 24 páginas e circulação mensal, e conta com a participação de José Arbex Jr. como editor e Luiz Egypto como ombudsman.

Intitulada “Uma história de lutas”, a reportagem sobre a ABI faz um histórico da entidade, que “traz consigo a marca das lutas no País, não só defendendo a liberdade de expressão, mas exercendo um papel importante na consolidação dos direitos humanos”. Assinada pelos estudantes Anahi Martinho, Jefferson Peres e Letícia Berchielli, a matéria lembra ainda que o objetivo inicial da Associação era a união da classe, visando ao fortalecimento da profissão, que naquele momento “se encontrava instável, com salários ingratos e condições inadequadas de trabalho”.

O fundador Gustavo de Lacerda é citado como um visionário, por sua iniciativa empreendedora e porque defendia a idéia de que “as redações de jornais não deveriam ser empresas, e sim espécies de cooperativas”.

Democracia

Falando dos períodos ditatoriais no País — no Governo Vargas e no regime militar —, Contraponto ressalta o compromisso da ABI com as liberdades democráticas: “O Conselho Deliberativo da instituição movia uma série de processos para libertar presos políticos e realizava manifestos conta a censura”, diz o texto.

Na entrevista que deu ao jornal-laboratório, o Presidente da ABI, Maurício Azêdo, fala da atuação da Casa no caso do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, no DOI-Codi de São Paulo, em 1975. E recorda o atentado a bomba que destruiu o 7º andar do edifício-sede, em 76.

As campanhas em defesa dos interesses da soberania nacional também não foram esquecidas pela reportagem de Contraponto, como “O petróleo é nosso”, responsável pela aprovação da lei que criou a Petrobras.

Caso O Dia

Para Maurício, “a ABI chega aos cem anos com uma realização muito importante: o apostolado da liberdade não só de imprensa, mas de liberdades públicas”.

Convidado a falar sobre o episódio dos jornalistas do Dia seqüestrados e torturados por milicianos no Rio, em maio, ele lembrou que a entidade reclamou a apuração imediata do caso e “tomou uma posição de severa condenação a essa agressão e às violências contra os profissionais e contra a liberdade de imprensa”.