24/11/2024
Por Ricardo Noblat, em Blog do Noblat
Foto: Joedson Alves/Agência Brasil
A direita que se diz civilizada ganhou mais uma chance de mostrar que é de fato civilizada. Em 2018, ela apoiou a eleição de Bolsonaro por querer acreditar que ele governaria dentro das quatro linhas da Constituição. Embora lhe faltasse preparo, Bolsonaro saberia cercar-se de pessoas competentes. O mercado estava repleto delas.
– Não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que possamos colocar o Brasil em lugar de destaque. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder.
A turba rugiu satisfeita e em êxtase.
A direita dita civilizada também viu. Mas isso não impediu que parte dela, jamais mensurada, apoiasse a reeleição de Bolsonaro. Foi por um suspiro que ele não se reelegeu, derrotando Lula, o candidato da tal frente ampla pela democracia. E não foram apenas os extremistas da direita que votaram nele.
Uma junta militar convocaria novas eleições. O plano era esse. Bolsonaro teve em mãos várias versões do plano e estabeleceu um prazo para que o golpe fosse aplicado – até o final de dezembro de 2022. Como não deu certo, escafedeu-se para os Estados Unidos e de lá assistiu o levante popular nada espontâneo do 8/1.
Não há meio termo. Não cabe isenção. Escolha seu lado. Bolsonaro é um problema dos que votaram nele e de todos que arcaram com as consequências de sua gestão desastrosa e reacionária.