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Artigo sobre arqueologia no DOI-Codi de São Paulo ganha prêmio do IPHAN


13/11/2024


 

O artigo Remoendo o passado do Doi-Codi/SP: Arqueologia E Histórias Desaparecidas, de autoria de Andres Zarankin, Fernanda Luiza Teixeira Lima, Deborah Neves, Claudia Plens e Aline Carvalho foi um dos vencedores do 12º Premio Luiz Castro de Faria do IPHAN. A premiação deste ano estava voltada ao reconhecimento de ações e artigos produzidos sobre o tema Arqueologia das Repressões e das Resistências, área dedicada à compreensão das dinâmicas sociais e políticas por meio da análise de vestígios materiais associados a contextos de opressão e luta por liberdade. No contexto brasileiro, são exemplos de pesquisas nessa temática os estudos voltados ao cangaço, às revoltas, aos quilombos e às lutas contra a ditadura militar.

Nesta edição, foram premiados quatro artigos científicos: dois na Categoria I, que contempla ações de preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro, sendo considerados tanto sítios quanto coleções arqueológicas; e dois na Categoria II, que contempla artigos relacionados à temática da premiação, a Arqueologia das Repressões e Resistências. Concorreram 33 trabalhos, sendo 10 na Categoria I e 23 na Categoria II.

Vencedores

Categoria I – Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro

Autor: Francisco Gerson Amorim de Meneses

Título: O uso da fotogrametria como um recurso acessível e de baixo custo para a modelagem em 3d das gravuras rupestres do Rio Pirangi – trecho ponte, norte do Piauí – Brasil

Autor: Leonardo Waisman de Azevedo

Título: Arqueologia brasileira e ensino escolar: o que pensam professoras e professores da Educação básica?

Categoria II –  Arqueologia das Repressões e das Resistências em contexto brasileiro

Autores: Andrés Zarankin, Fernanda Luiza Teixeira Lima, Deborah Neves, Claudia Plens e Aline Carvalho

Título: Remoendo o Passado do Doi-Codi/Sp: Arqueologia e Histórias Desaparecidas

Autora: Luciana Alves Costa

Título: No Corpo Um Vestido De Chita, Garrucha Enfeitada Com Um Laço De Fita? Cangaceiras E Armas À Luz Da Arqueologia

A premiação, criada em 2013, é uma iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio do Centro Nacional de Arqueologia (CNA). O concurso reconhece pesquisas acadêmicas de excelência com temática relacionada ao Patrimônio Arqueológico Brasileiro.

Em 2024, o Prêmio tem como mote o campo da Arqueologia conhecido como Arqueologia das Repressões e das

Sobre o Prêmio Luiz de Castro Faria

O Prêmio Luiz de Castro Faria foi criado em 2013, com o objetivo de reconhecer a pesquisa acadêmica que verse sobre o tema da preservação do patrimônio arqueológico brasileiro. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), através do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), prestigia os trabalhos desenvolvidos sob a forma de monografia de graduação, dissertação de mestrado, tese de doutorado e artigo científico, que representem originalidade e contribuição para o tema.

O concurso faz referência à atuação do museólogo e antropólogo Luiz de Castro Faria. Figura atuante no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele contribuiu para a formação de várias gerações de especialistas e professores no campo da arqueologia. Antes de voltar-se ao estudo da antropologia, no qual teve grande dimensão, Castro Faria dedicou-se à pesquisa e preservação de grutas naturais e sambaquis em quase todo o litoral brasileiro. Seus registros científicos reconstituíram parte da história do Brasil e fortaleceram o movimento de conscientização sobre a importância dos sítios arqueológicos.

Inclusive, ele foi um importante articulador de políticas públicas, junto com o fundador do Iphan, Rodrigo Melo Franco de Andrade, especialmente nas décadas de 1950 e 1960. Um dos principais legados dele foi o anteprojeto da Lei 3.924/61, sancionada pelo presidente Jânio Quadros. A norma dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos no país e determina, entre outras medidas, que esses elementos fiquem sob a guarda e proteção do Poder Público.

Dessa forma, o Prêmio reconhece o trabalho de Luiz de Castro Faria como mediador entre a academia e a administração pública. Símbolo de uma geração pioneira e idealista, a atuação do pesquisador é uma inspiração para quem luta pelo estudo do nosso passado e ampliação das iniciativas de preservação do patrimônio arqueológico.

Sobre Luiz de Castro Faria

Na década de 1960, o museólogo e antropólogo Luiz de Castro Faria (1913-2004), acompanhado de Rodrigo Melo Franco de Andrade, foi um importante articulador das políticas públicas sobre o Patrimônio Arqueológico no Brasil.

Luiz de Castro teve influente atuação na promoção das pesquisas arqueológicas, desenvolvidas sobretudo juntamente com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição na qual foi pesquisador e diretor. Também foi membro do Conselho Consultivo do Sphan (atual Iphan).

Sua atuação também foi significativa para a preservação dos sambaquis, sítios arqueológicos comumente chamados “concheiros” ou “berbigueiros”, localizados ao longo da costa brasileira. O trabalho resultou no seu engajamento na implementação da Lei 3.924/61, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos no Brasil. O pesquisador foi um dos principais autores do anteprojeto d.a lei.