12/02/2025
Da ABJD
A Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia manifesta seu mais veemente repúdio às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Motta, e do ministro da Defesa, José Múcio, relativas à anistia aos golpistas envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
É inaceitável que autoridades e representantes do povo, responsáveis pela defesa da democracia e das instituições, considerem a possibilidade de anistiar aqueles que atuaram de forma violenta e antidemocrática, tentando desestabilizar o governo eleito e atacar os pilares da nossa democracia. Tais declarações não apenas deslegitimam a gravidade dos atos cometidos, mas também transmitem uma mensagem perigosa de impunidade que pode incentivar novas ações violentas e golpistas no futuro.
A anistia aos golpistas é um desrespeito à memória de todos aqueles que lutaram pela democracia em nosso país e foram mortos. É fundamental que todos se unam, exigindo que nossos representantes ajam com responsabilidade na proteção dos valores democráticos.
As revelações trazidas pelo Inquérito do Golpe que está sob análise da Procuradoria Geral da República, não podem ter outro resultado que não sejam as consequentes denúncias dos agentes políticos, econômicos, de servidores públicos e das forças armadas que contribuíram para a intentona golpista de 8 de janeiro de 2023.
Não admitiremos anistia! Nosso país precisa caminhar com Memória, Verdade e, sobretudo, Justiça!
Bolsonaristas comemoram
Foto: Joedson Alves/Agência Brasil
Andréia Sadi, em seu blog no G1, diz que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes do seu núcleo jurídico comemoraram a entrevista do ministro da Defesa José Múcio ao Programa Roda Viva, na segunda-feira (10).
Múcio disse que recorreu a Bolsonaro, ainda em dezembro de 2022, para ajudá-lo a conversar com os três comandantes das Forças Armadas e fazer uma transição tranquila de governo. Segundo o ministro de Luiz Inácio Lula da Silva, os militares se recusavam a recebê-lo.
“Foi quando eu recorri ao presidente Bolsonaro, que estava em Brasília. Foi meu colega de muitos anos, sempre tivemos uma relação muito boa e eu fui falar com ele. Disse ‘eu sou o novo ministro da Defesa, queria que você me ajudasse a fazer uma transição tranquila. Vai ser bom para o novo governo, vai ser bom para o seu governo, que está terminando. Você me conhece, eu não sou de conflito, de criar problema. Ele telefonou para os três comandantes”, disse Múcio na entrevista.