03/07/2025
A conselheira Malu Fernandes representou a ABI em um encontro organizado pela Academia de Estudos Contemporâneos da China e do Mundo (ACCWS) que teve como tema o BRICS, Governança e Intercâmbio Cultural e contou com líderes da China, Índia, Rússia, África do Sul e Brasil. Hu Zhifemg, professor e supervisor de doutorado na Escola de Artes e Comunicação da Universidade Normal de Pequim, falou sobre oportunidades na indústria do audiovisual online para criar novos caminhos para compreensão cultural mútua e promoção de conexões interpessoais entre a China e a América Latina.
“Até a festa junina de vocês entrou em um game nosso”, mostrou em sua apresentação, exibindo também cartaz do filme “Ainda estou aqui” em mandarim e citando outros exemplos.
A pesquisadora Paula Alves de Almeida, associada do CENA (Centro de Análise do Cinema e do Audiovisual (UFSCar) e do GENERIS (Grupo de Pesquisas sobre Gênero, Sexualidades, Reprodução e suas Interseccionalidades (ENCE\ IBGE), pontuou em sua fala que a produção de imagens é uma oportunidade de geração trabalho e renda entre os países do BRICS.
Segundo dados da Motion Picture Association, na India foram 2,35 milhões de empregos em cinema e na televisão em 2024, sendo que a América do Norte continua ocupando o maior mercado de cinema do mundo, seguida pela China em segundo lugar, e a indústria cinematográfica está em processo de recuperação após a pandemia com expectativa de superar os níveis pré-pandemia em 2025. “Precisamos ver mais imagens chinesas, indianas, sul africanas, brasileiras, árabes e demais países que compõem o BRICS, para nos conhecermos melhor, nos compreendermos uns aos outros”, ressaltou.
Para Rania Aboelkher, secretária-geral do Forum Global de Estudos do Futuro, do Egito, “o objetivo é atingirmos paz, igualdade e compreensão mútua para reduzirmos as tensões entre as nações”. Wang Lichao, diretor do Centro de Intercâmbio Cultural China- America Latina, acrescentou que o “intercâmbio cultural é importante para o desenvolvimento social”, concordou Ana Kurumchina, professora associada na Universidade Federal dos Urais, na Russia.
A pesquisa da ACCWS concentra-se principalmente nos estudos sobre a China contemporânea e o mundo, a concepção de estratégias e o planejamento de políticas de comunicação global. A academia também tem como foco difundir, para públicos estrangeiros, o pensamento do líder chinês Xi Jinping sobre o Socialismo ‘com características chinesas para uma nova Era’.
“Em meio a mudanças globais aceleradas, sem precedentes em um século, o mundo enfrenta múltiplos riscos, como o aprofundamento dos conflitos, e questões ligadas à segurança e governança. A humanidade encontra-se mais uma vez em um momento decisivo na história, à medida que as demandas por progresso pacífico, equidade, justiça e cooperação mutuamente benéfica se intensificam em todo o mundo. O mecanismo de cooperação do BRICS nasceu no contexto histórico da ascensão coletiva de mercados emergentes e países em desenvolvimento. Ao longo de quase duas décadas, ele amadureceu além de seu estágio conceitual original para a nova era de maior cooperação. É um marco de colaboração e unidade para o Sul Global, desempenhando um papel fundamental na remodelação do cenário internacional e no avanço das parcerias globais para o desenvolvimento”, diz um trecho de um relatório apresentado no evento de segunda-feira, 30 de junho.