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A ABI e a valorização da cultura quilombola


01/12/2024


Na segunda edição do Aquilombar, evento promovido pelo Sebrae-RJ em parceria com a ACQUILERJ, na palestra proferida no sábado (30/11) Comunicação e Representação Étnico-Racial – O Papel da ABI na Valorização da Cultura Quilombola, o jornalista Marcos Gomes, representando a diretoria de Igualdade Étnico-Racial apresentou reflexões sobre o papel da comunicação na preservação das tradições quilombolas e no combate ao racismo.

Além de destacar a importância da Associação Brasileira de Imprensa, fundada há 116 anos pelo jornalista preto Gustavo de Lacerda, Marcos Gomes enfatizou o papel que a ABI exercer na defesa da liberdade de imprensa e de expressão, da ética dos meios de comunicação e do patrimônio e da soberania nacionais.

A violência que também alcança lideranças quilombolas, como a que vitimou Mãe Bernadete, morta a tiros dentro de sua casa, no dia 17 de agosto, na cidade de Simões Filho, região Metropolitana de Salvador foi destacada pelos líderes dos quilombos em Casimiro de Abreu e no subúrbio do Rio de Janeiro, acossados por milicianos.

O jornalista argumentou também que a imprensa tem que exercer o seu papel fundamental para a preservação das memórias e a valorização das comunidades quilombolas, que “representam um legado vivo e dinâmico na identidade brasileira”.

“Os jornais, emissoras de televisão e de rádio precisam abandonar estereótipos e retratar essas comunidades em sua diversidade, mostrando suas histórias de resistência, ancestralidade, a relação com a terra, suas prática culturais, a cooperação, a solidariedade e o respeito aos meios velhos” – argumentou Marcos Gomes.

Na opinião do jornalista, “a capacitação dos profissionais da imprensa é um ponto crucial nesse quesito. “A implementação das Leis 10.639 e 11.645 que promovem o ensino da história e cultura afro-brasileira e dos povos originários, deve ser ampliada, formando jornalistas capazes de abordar a pauta quilombola com sensibilidade. Queremos desenvolver na ABI oficinas e seminários que desconstruam preconceitos, incentivando narrativas autênticas e representativas” informou.

Outro desafio abordado foi a inclusão constante da pauta quilombola nos grandes veículos de comunicação. É necessário enfrentar as barreiras do racismo estrutural e construir parcerias estratégicas entre a mídia e as lideranças quilombolas. Isso ajuda a amplificar demandas como a regularização fundiária, o acesso a políticas públicas e a preservação dos territórios e tradições.

Ao encerrar, Marcos Gomes ressaltou o compromisso da ABI com uma comunicação que informe à população sobre seus direitos, promovendo a educação e a conscientização.

“Vocês, quilombolas, são protagonistas de suas histórias, e o jornalismo deve ecoar suas vozes. A comunicação é uma aliada estratégica para preservar a memória e projetar um futuro em que a cultura quilombola funcione como ferramentas de vigilância social, denunciando injustiças e cobrando transparência de autoridades. Além disso, que possam amplificar vozes de grupos marginalizados, fortalecendo a inclusão e a diversidade, promovendo reflexões que impulsionem mudanças sociais “, afirmou.