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3ª Semana Nacional de Jornalismo da ABI começa com forte defesa do diploma para o exercício da profissão


07/04/2025


Teve início nessa segunda-feira, 7 de abril — Dia do Jornalista e data que marca os 117 anos da fundação da Associação Brasileira de Imprensa —, a 3ª Semana Nacional de Jornalismo da ABI. O evento, que tem como tema central Os rumos da Comunicação, reuniu, na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, jornalistas, acadêmicos e sindicalistas para discutir uma questão premente: a defesa do diploma de curso superior em Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. A exigência do diploma foi derrubada por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009.

Para o jornalista Octávio Costa, presidente da ABI, a formação dos profissionais é uma questão chave para a democracia no país. “Só há democracia com jornalismo de qualidade. Só há democracia com jornalismo independente. Só há democracia com a profissão exercida por profissionais de excelência. E profissionais de excelência significa também ter uma formação de excelência. Daí a nossa exigência do diploma”, afirmou.

A defesa do diploma foi reforçada pela jornalista Samira de Castro, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Ela falou de Brasília, onde passará a semana em articulações no Congresso Nacional pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 206/2012 — a PEC do Diploma —, que restabelece a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão. “A gente precisa posicionar os parlamentares de todos os campos para que essa pauta passe a andar na Câmara dos Deputados”, disse.

Segundo a presidente, a Fenaj tem promovido mobilizações nacionais e retomou essa luta diante da constatação de que é preciso qualificar o jornalismo no país. “Precisamos levar à sociedade uma informação ética, plural, diversa, de fontes credíveis, checada. E isso se faz com o trabalho das jornalistas e dos jornalistas”, completou. Castro defendeu ainda o papel central dos profissionais da área na defesa da democracia. “Acho que também nos falta reforçar nosso papel como defensores e defensoras dos direitos humanos e da democracia, que é um bem tão caro a nós — e que foi defendido com a vida pelos que vieram antes.”

Octávio Costa também lembrou a fundação da ABI, em 1908, por Gustavo de Lacerda, jornalista negro catarinense, e a criação do Dia do Jornalista, que nasce como um dia de luta. A data homenageia o jornalista Líbero Badaró, assassinado em 1830, considerado a primeira vítima de um crime contra a imprensa no Brasil. Sua morte intensificou a crise política do Primeiro Reinado e contribuiu para a abdicação de Dom Pedro I em 7 de abril de 1831.

Participaram da sessão de abertura representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Paraná), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-PR), da Força Sindical do Paraná, do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindjor-PR) — parceiro do evento —, da Reitoria da Universidade Federal do Paraná — também parceira do evento —, do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Conferp), da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet), da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej), além de Vitor Iorio, diretor de Educação da ABI e coordenador da 3ª Semana Nacional de Jornalismo. “A gente começa hoje com a discussão da PEC do Diploma, que está paralisada no Congresso Nacional desde 2012. Portanto, nada mais oportuno do que, no Dia do Jornalista, discutirmos exatamente esse conteúdo”, afirmou Iorio, que fez questão de destacar que a 3ª Semana Nacional de Jornalismo conta com a parceria de cinco universidades públicas do país.

Após a abertura, foram apresentados três painéis que abordaram temas como: a PEC do Diploma para jornalistas; jornalismo indígena para jornalistas não indígenas; e os ataques a jornalistas como forma de coibir o exercício da profissão — este último com participação do jornalista Marcelo Auler, conselheiro da ABI.

A 3ª Semana Nacional de Jornalismo continua nessa terça-feira (8), em Fortaleza, na Universidade Federal do Ceará, com debate sobre os desertos de notícias. Na quarta-feira, o evento segue para a Universidade de Brasília (UnB), que discutirá a regulamentação das big techs e o combate às fake news. Na quinta-feira, os debates serão na Universidade de São Paulo (USP), com foco no papel do jornalismo na batalha de ideias. O encerramento, na sexta-feira, será na sede da ABI, no Rio de Janeiro, com destaque para o jornalismo comunitário. Todas as sessões serão transmitidas pelo canal ABI TV no YouTube, onde os vídeos permanecerão disponíveis.