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1960: Quando as estrelas ficaram vermelhas, de José Trajano, será lançado nesse sábado no Rio de Janeiro


14/02/2025


O livro 1960 – quando as estrelas ficaram vermelhas, do jornalista José Trajano, do Conselho Consultivo da ABI, será lançado no sábado (15),  a partir das 14h00, na livraria Folha Seca (Rua do Ouvidor, 37), no Rio de Janeiro.

O livro tem tem orelha escrita por Mauro Betting, apresentação de João Máximo, prefácio do historiador Luiz Antonio Simas e trabalho gráfico de Gustavo Piqueira.

Os anos sessenta começaram como nunca para o jovem José, de 13 anos. Trajano, o menino torcedor, vê o America ser campeão da primeira taça da Guanabara, na primeira volta olímpica da vida dele, contra o Fluminense.

Em 1960 – quando as estrelas ficaram vermelhas, José Trajano conta a história dessa conquista e traz como pano de fundo a vida e a arte daquele tempo. A obra mergulha na melodia e na bossa novíssima do Rio de Janeiro (que deixava de ser capital federal). Lembra uma época feliz, um Rio de amor que não se perdeu na memória do Zé.

Jogando junto com o America da Ponte Aérea Pompeia, no jogo a jogo da campanha campeã daquele ano do time de Campos Sales, o Zezinho abre e parte para o jogo traçando como ponto de cada partida um complexo viário – histórico e nostálgico – do futebol carioca. Relembra o 1960 colorido do televisor entubado em preto e branco e do rádio Spica, das vedetes e das verdades de um moleque de 13 anos. Deslumbrado com tudo, incluindo o regozijo do primeiro troféu levantado pelo seu time, Trajano nos guia pelos cinemas, jornais, diários, páginas e cantos tijucanos que suspiravam pelo João Carlos na meia e pelas meias da Virgínia Lane.

O Zé ganhou e vestiu a camisa autografada do America da Campos Sales que “virou um frege!” naquele celestial inferno do verão carioca. Não sabe o que é frege? Senta, então, camarada, na Sáenz Peña reconstruída no retrofit destas páginas para ler o que só os olhos do Zezinho, torcedor/centroavante daquele 1960 vai te contar. E se prepare, pois são coisas que apenas um coração tijucano pode enxergar.

Leia o Prefácio, do historiador e pesquisador Luiz Antonio Simas:

“O escritor uruguaio Eduardo Galeano, numa daquelas canetadas lapidares, cravou sobre a capacidade de recordar: A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.

A sentença de Galeano me ocorreu assim que terminei de ler “1960: quando as estrelas ficaram vermelhas”, o mergulho literário de José Trajano no ano em que o America Futebol Clube conquistou o campeonato carioca de futebol.

O encontro entre José Trajano, jornalista consagrado, e o Zezinho, menino que tinha treze anos em 1960, é mais que o relato de uma paixão pelo futebol e pelo América. Das páginas do livro surge um Brasil que inaugurava Brasília, a nova capital, e mergulhava na eleição presidencial que envolvia Jânio Quadros e o Marechal Henrique Lott.

A cidade do Rio de Janeiro, desprovida da condição de capital da República, virava Estado da Guanabara e famílias de funcionários públicos se despediam de amigos para morar na capital inventada por Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.

No meio de tudo isso, desfilam escolas de samba, a Fera da Penha assombra a cidade e a garotada da Tijuca se diverte entre bailes, clubes, confeitarias e os domingos no Maracanã. Zezinho frequentava o estádio toda a semana e o alerta da mãe, jogo após jogo, se renovava: não gaste todo o dinheiro com biscoito Globo de polvilho, Mate Leão e cachorro-quente Geneal, a Santíssima Trindade carioca evocada pelo autor.

Entremeado a esse turbilhão afetivo, o campeonato carioca se desenrola com a surpreendente campanha do América, que após vinte e cinco anos de jejum levanta a taça.

Terminei a leitura com uma impressão fortalecida: o Trajano escritor é um memorialista de mão cheia. Coisa de honrar Pedro Nava. Digo com a maior tranquilidade que “1960” é um poderoso registro de um país, uma cidade, um bairro e uma paixão pelo futebol que bordou os modos brasileiros de inventar a vida.

Por fim, dou a dica: peguem o pacote de biscoito, deem uma boa golada no mate, escolham o molho do cachorro-quente e preparem-se para mergulhar em um tempo em que estrelas vermelhas cintilavam no céu da Guanabara.

José Trajano, campeão, escreveu um livro tão emocionante quanto o gol do Jorge”.