Violência contra jornalistas no Peru e Paraguai


08/02/2013


O jornalista Juan Carlos Yaya Salcedo, 35 anos, da Rádio Max, na cidade Imperial, ao sul do Peru, foi baleado na perna no último dia 6, quando se dirigia para o trabalho em uma motocicleta.
 
Apresentador do noticiário “Sin Escape”, com uma hora de duração, Juan Carlos, que está hospitalizado, disse ao Comitê de Proteção ao Jornalista(CPJ) que percebeu um carro azul, ocupado por pelo menos três homens, atrás de sua motocicleta  e em seguida ouviu dois disparos, sendo que um deles o atingiu na perna e perfurou o tanque de gasolina da moto. O veículo teria fugido em disparada após os tiros.
 
Juan Carlos Yaya Salcedo, que trabalha na imprensa peruana há 12 anos, afirmou que nunca recebeu ameaças, mas acredita que o ataque pode estar relacionado à recente reportagem sobre supostas irregularidades na construção de um prédio e uma piscina pública na cidade de Nuevo Imperial.
 
Parentes do repórter apresentaram queixa na polícia contra o atentado.
—A minha segurança e a de minha família estão em perigo, disse Juan Carlos. 
Para o Coordenador sênior do Programa das Américas do CPJ, Carlos Lauria, o crime revela a situação da imprensa no país:
—O atentado contra Juan Carlos Yaya Salcedo ilustra os perigos enfrentados no interior do Peru e destaca a necessidade de as autoridades agirem de forma decisiva para impor a lei. As autoridades devem realizar uma investigação completa para identificar os agressores e processá-los.
 
Dados do CPJ apontam que um jornalista morreu em 2011 por denunciar esquemas de corrupção governamental e que outros dois repórteres foram assassinados em circunstâncias ainda não esclarecidas.
 
Paraguai
 
Também no dia 6, Marcelino Vázquez, 54 anos, proprietário da rádio Sin Fronteras 98.5 FM foi assassinado em frente à emissora, localizada em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, perto da fronteira com o Brasil. De acordo com testemunhas, dois homens armados abordaram Vazquez por volta das 19h, e fizeram os disparos à queima-roupa.
 
A polícia investiga a motivação do crime.
 
De acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteira(RSF), o crime deve esta ligado ao trabalho da vítima:
—A Sin Fronteras FM se dedica principalmente à difusão de música, mas também transmite programas de opinião e informação que não fogem de nenhum assunto. Sem dúvida, Marcelino Vázquez pagou por essa audácia.