21/06/2016
A demissão da jornalista do iG, 14 dias após denunciar o assédio que sofreu do funkeiro MC Biel durante uma entrevista coletiva, foi o estopim para o início do debate sobre as dificuldades que acometem mulheres jornalistas no exercício da profissão. Um vídeo foi lançado com a campanha #jornalistascontraoassédio que repudia a demissão da repórter, para quem o portal iG havia prometido “todo tipo de assistência”.
Um post no Facebook se tornou um grupo e agora uma fanpage, já alcança cerca de 8.400 acessos. Depois de divulgar o caso que estremeceu a carreira do funkeiro de 20 anos, o portal agora é criticado pelo desligamento da repórter.
Indignados com a situação, internautas acusam o iG de “machista” e de reforçar o medo que as mulheres sentem por denunciar casos de assédio.
A repórter, que tem a identidade protegida por determinação policial, havia sido afastada do veículo no dia 6 de junho, por prazo indeterminado. A justificativa dada pela editora executiva do IG Patrícia Moraes foi de que a jovem ficara abalada com a repercussão do caso. Quando retornou ao trabalho nesta semana, porém, foi demitida.
A polêmica levou o comitê que organiza as Olimpíadas no Rio de Janeiro a cancelar o convite feito a MC Biel para participar do revezamento da tocha olímpica, realizado no dia 7 de junho. Logo depois, o cantor chegou a pedir desculpa pelo caso.
Na entrevista em que assediou a repórter do IG, Biel a chamou de “gostosinha”, e disse que, caso “a pegasse”, a “quebraria no meio”. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher de São Paulo e o portal divulgou áudios comprovando as falas do cantor.