Veredito do julgamento de jornalista no Irã será anunciado nesta semana


Por Cláudia Souza*

11/08/2015


Jason-Rezaianfora

Jason Rezaian (Reprodução: www.clasesdeperiodismo.com)

Jason Rezaian, correspondente do “Washington Post”, está preso no Irã desde julho de 2014, acusado de espionagem e propaganda contra o regime islâmico. A advogada de defesa Leila Ahsan afirmou nesta segunda-feira, dia 10, que acredita na absolvição do cliente.

A advogada de defesa Leila Ahsan informou nesta segunda-feira, dia 10, à agência de notícias AFP, que os procedimentos em relação ao caso foram concluídos junto ao tribunal da capital Teerã:

— O veredito será anunciado ainda nesta semana.  Acredito que meu cliente será absolvido porque é inocente. Não ocorrerão outras audiências, a não ser que se apele da sentença.

Cidadão iraniano-americano, Jason Rezaian, 39 anos, chefiava a sucursal do jornal em Teerã desde 2011. Ele está detido na prisão de Evin, norte de Teerã, desde julho de 2014, acusado de espionagem e propaganda contra o regime iraniano e de colaborar com governos hostis. Caso seja condenado, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.

O repórter foi detido juntamente com sua mulher, a jornalista iraniana Yeganeh Salehi, e um casal de fotógrafos cuja identidade não foi revelada. Excetuando Rezaian, aos outros detidos foi permitido o pagamento de fiança em troca da libertação em outubro de 2014.

Jason Rezaian foi julgado a portas fechadas, o que mobilizou entidades de defesa dos direitos humanos e de liberdade de imprensa e de expressão. O caso foi denunciado pelo “Post” à Organização das Nações Unidas(ONU).

“Este julgamento secreto, que teve início em 29 de maio último, é uma farsa”, declarou Martin Baron, editor-chefe do “Post”.

Preso em julho de 2014, Jason Rezaian foi submetido a três audiências no tribunal de Teerã, na corte que julga casos políticos e de segurança nacional.

O julgamento aconteceu no tribunal de Teerã, na corte que julga casos políticos e de segurança nacional. A primeira audiência do caso ocorreu em 29 de maio do corrente ano. A segunda, cerca de um mês depois, e a terceira em 13 de julho. A legislação iraniana considera ilegal tornar públicos relatos sobre este tipo de julgamento.

“Essa é uma lei criada para proteger o cidadão iraniano. Uma vez que estão fazendo acusações contra Jason com base em sua cidadania iraniana, a legislação também deve ser aplicada a ele. Jason aderiu à dupla cidadania porque preocupava-se com a forma na qual o Irã era retratado pela mídia norte-americana. Quero que meu filho saia da prisão e volte para a nossa família”, afirmou Mary Breme.

Uma semana após a terceira audiência, em 22  de julho, o “Washington Post” solicitou a intervenção da ONU no caso, lembrando que o repórter estava preso no Irã há cerca de um ano. De acordo com o jornal “El Diario”, a solicitação foi encaminhada à Comissão de Direitos Humanos da ONU como violação dos direitos fundamentais por parte do governo iraniano. “Jason Rezaian tem sido submetido a meses de confinamento solitário e a interrogatórios extenuantes. O Irã está violado a legislação internacional recusando-se a explicar as razões pelas quais foi detido”, diz um trecho da petição.

Fonte: AFP