Vale a pena ver de novo!

Colaboração de Adriano Barbosa, jornalista e membro do Conselho Fiscal da ABI

Li, com tristeza, a matéria sobre a colega Elvira Lobato. Colega exposta à fogueira da inquisição “evangélica” de um empulhador da fé, mistificador que tem a sua vida escusa blindada pela miséria dos crédulos, dos desinformados, excluídos do discernimento. Deixaram a lagartixa à vontade e ela virou dragão.

Autoridades e imprensa acordavam-se diante do réptil peçonhento, escudado no uso e abuso do nome de Jesus. Lembro-me bem do documentário da Rede Globo sobre a “orgia evangélica” do empulhador em seu iate, com seus falsos pastores e “pastorinhas” de biquíni, tudo muito inspirado e “liberado” pelo bom “scotch” de alto preço. Nada melhor do que este filme, ao vivo e a cores, para jogar no lugar que lhe cabe este profanador da fé, das religiões verdadeiras, filosóficas e teologicamente baseadas nos princípios pregados pelo Mestre.

No rastro do empulhador e nas dissidências da “Teologia da Enganação”, proliferaram outros “pastores” do art. 171 do Código Penal. A indiferença das autoridades, a ignorância dos explorados, até gente de degraus acima, deixaram-se fisgar pelos espertalhões impunes, em plena aplicação do estelionato. Surrupiam textos e rituais de todas as crenças e religiões — católica, espírita, umbandas e quimbandas, e o que mais houver e, em nova versão de saltimbancos, vendem milagres, são condenados mas ficam impunes, porque contam com a cumplicidade de otários do poder. Por aí, arrebanham mais vítimas, fazem fortunas que escondem, assim, de misteriosas fontes de renda fácil. Mais fácil, ainda, se despejarem os federais da banda boa numa “Operação Calvário” sobre eles.

É essa gente que, vendendo coquetéis das fés, misturas de Deus e do diabo aos pobres de espírito, vão ao despudor de cavalgar contra Elvira Lobato, da Folha de S.Paulo, que nem respeitam mais, depois que a Rede Globo digeriu e engoliu a reportagem-verdade da “Orgia evangélica de Angra dos Reis”, encabeçada por Edir Macedo e seu bando de empulhadores.

Vale a pena ver de novo. Mostre, Rede Globo, em defesa não só da repórter Elvira Lobato, mas da comunidade de crentes iludidos, pisoteados pelo falso “primaz” da Universal, e seus lacaios da “Teologia da Empulhação”. Se faltar coragem à Globo, o que não cremos, ceda o filme para que a OAB e a ABI o exibam, com entradas grátis, em suas sedes ou em praça pública. Tudo por Elvira Lobato! E pelos enganados da fé. É confronto? Ao massacre dos impostores.

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