Por Igor Waltz*
04/03/2014
Se para a grande maioria do País o reinado de Momo é o momento de esquecer os problemas do dia a dia e cair na folia, para um grande número de profissionais de imprensa é hora de muito trabalho. Mas não sem deixar de se encantar por aquele é considerado um dos maiores espetáculos da Terra. Apenas o Sambódromo do Rio de Janeiro recebeu um contingente de mais de 1,5 mil profissionais para cobrir os quatro dias de desfile, muitos vindos pela primeira vez para conhecer de perto do Carnaval da cidade.
Este foi o caso de Hélio Fernandes, repórter freelancer de Manaus que cobria pela primeira vez o Carnaval do Rio. O jornalista, que produz reportagens para jornais e sites da Região Norte, diz que custeou a viagem do próprio bolso para poder cobrir os desfiles da Marquês de Sapucaí. “Há anos venho me preparando para este projeto. Já tinha vindo ao Rio uma vez a passeio, mas não na época do Carnaval. A grandiosidade da festa sempre chamou a atenção das pessoas no Norte, e quem chega aqui não se decepciona”, conta Fernandes.
O repórter disse ter ficado impressionado com a quantidade de pessoas envolvidas no desfile para que tudo dê certo na avenida. “Na televisão, o que vemos são os foliões cantando e se divertindo enquanto desfilam, mas aqui nos bastidores temos a noção de quanta gente é necessária para dar os últimos acabamentos nos carros, organizar os foliões, etc. Dá para ver que é o trabalho de um ano inteiro e envolve toda a comunidade”, afirmou o jornalista, que pretende tirar a terça de Carnaval para conhecer os blocos de rua.
Quem se declarou também impressionado foi o videorrepórter japonês Keiji Yamashi, também pela primeira vez na cobertura do Carnaval. Yamashi, há seis meses no Rio produzindo reportagens para agências de notícias e veículos japoneses sobre os preparativos da Copa do Mundo, diz estar impressionado com o nível de detalhamento dos carros alegóricos e das fantasias. “Em Tóquio, temos o carnaval em agosto com o desfile das escolas de samba de lá, com a presença de muitos brasileiros. Sempre gostei de assistir, e em alguns anos cheguei a cobrir profissionalmente. Mas aqui é impressionante. Nada se compara à festa. Tudo é feito com muito profissionalismo”, comenta extasiado.
Para Yamashi, o que mais lhe chamou a atenção é a participação do público nas arquibancadas. Ele conta que, enquanto aqui no Brasil as pessoas balançam bandeirinhas, cantam os sambas e torcem pelas suas escolas preferidas, as pessoas no Japão apenas assistem e tiram fotos.
Mas nem todos os jornalistas estão só a trabalho nos dias de Carnaval. Nesta terça-feira, 4 de março, a jornalista Regina Castro levou a filha para desfilar na escola-mirim Inocentes da Caprichosos. Ela conta que frequenta a quadra da Caprichosos de Pilares desde muito nova, por influência de seu pai, e agora é a vez de ela passar a tradição à filha. “Minha família sempre foi muito envolvida com o Carnaval. Eu gostaria muito de desfilar esse ano, mas estou me recuperando de uma cirurgia no joelho. Mas eu fico feliz de poder manter isso vivo através da minha filha”, conta Regina, emocionada.