Trump nega que príncipe mandou matar jornalista


22/11/2018


Presidente dos EUA Donald Trump (Imagem: Reprodução)

A imprensa internacional criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de levantar dúvidas sobre as conclusões do relatório da CIA responsabilizando o príncipe saudita, Mohammed Bin Salman, de envolvimento na morte do jornalista Jamal Khashoggi para manter as boas relações com a Arábia Saudita. “Em qualquer caso, nossa relação é com o reino da Arábia Saudita. Eles têm sido um grande aliado em nossa importante luta contra o Irã”, afirmou o governante. Para o diretor-executivo do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), Joel Simon, na essência de suas declarações “o presidente Trump afirmou que se você faz negócios suficientes com os Estados Unidos, você é livre para assassinar jornalistas. Esta é uma mensagem aterradora para enviar à Arábia Saudita e ao Mundo”.

Shepard Smith, um dos âncoras da Fox News, declarou: “O presidente insultou uma vítima de assassinato e ficou ao lado dos sauditas que disseram que nossa CIA está errada”. Entrevistada pela MSNBC, Karen Attiah, que foi editora de Khashoggi no Whashington Post, disse ter ficado “surpresa, desgostosa e doente” com as declarações do presidente. “Isso coloca todos nós, jornalistas, críticos dos sauditas, qualquer um que ouse ter uma opinião contra um governo autoritário no mundo, em mais perigo. Isso dá a pessoas como Mohammad Bin Salman uma luz verde para apagar e silenciar qualquer um que eles queiram”.

O senador americano Bob Corker divulgou em sua conta no Twitter que no dia 10 de outubro o presidente foi instado pelo Comitê de Relações Estrangeiras do Senado a “determinar se um estrangeiro é responsável por um assassinato extrajudicial, tortura ou outra grave violação dos direitos humanos internacionalmente reconhecidos contra um indivíduo exercendo liberdade de expressão e reportar ao Comitê no prazo de 120 dias com uma determinação e uma decisão para a imposição de sanções sobre essa ou essas pessoas estrangeiras”. A base da solicitação é o Ato Global Magnitsky de Prestação de Contas de Direitos Humanos.

De acordo com uma postagem no Twitter da jornalista Courtney Norris, produtora da PBS, “o Instituto Knight Primeira Emenda da Universidade de Colúmbia entrou com uma ação solicitando a liberação de documentos das agências de inteligência americanas referentes a complacência ou não ao seu ‘dever de alertar’ o repórter Jamal Khashoggi de ameaças a sua vida ou liberdade”.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mark Pompeo, apoiou a declaração de Trump. Segundo ele, há “um longo comprometimento histórico (entre os dois países) e um (comprometimento) que é absolutamente vital para a segurança nacional da América”.

Fonte: Portal Imprensa