Tribunal condena
três jornalistas a
dois anos no Egito


21/11/2016


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Jornalistas protestam contra prisão de colegas (Foto: Reprodução)

O Tribunal do Cairo condenou neste sábado a dois canos de prisão o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Egito, Yehia Qalash, o vice-presidente da entidade, Khaled al Balshi, e o secretário-geral, Gamal Abdel Raheem.

Os três foram acusados de esconder na sede do sindicato os também jornalistas Amre Mansour Badri e Mahmoud al Saqa, procurados pelas forças de segurança do Egito, em maio deste ano.

Fontes consultadas pela Agência Efe disseram que os acusados têm 45 dias para recorrer da sentença. O tribunal do Cairo também impôs uma fiança de 10 mil libras egípcias (US$ 660) para cada um deles.

As acusações remontam a 1º de maio deste ano, quando agentes invadiram a sede do Sindicato dos Jornalistas para deter os dois suspeitos, que estavam escondidos no interior do edifício. Os acusados negaram ter dado abrigo aos profissionais foragidos e acusaram as forças de segurança de terem agido de forma ilegal.

O processo contra os três jornalistas foi muito criticado por ONGs nacionais e internacionais, que consideram o incidente uma mostra cada vez maior da intolerância do governo egípcio com a liberdade de imprensa, várias vezes questionadas em discursos públicos realizados pelo presidente do país, Abdul Fatah al Sisi.

No fim de maio, quando os três líderes sindicais foram presos de forma preventiva, a Anistia Internacional classificou a prisão como um exemplo da “perigosa escalada das restrições draconianas das autoridades egípcias contra a liberdade de expressão”.

Já a Rede Árabe para a Informação sobre Direitos Humanos, que tem sede no Egito, expressou “grande preocupação” pelo aumento dos ataques contra o Sindicato dos Jornalistas e a grave deterioração da liberdade de imprensa no país.