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Cinco corpos do incêndio no Flamengo estão carbonizados e só poderão ser identificados por exames de DNA. A Polícia Civil afirmou não haver condições para o reconhecimento por métodos tradicionais, como impressões digitais ou arcada dentária.
Na manhã deste sábado (9), quatro dos 10 corpos foram identificados. Às 13h40, o IML chegou ao quinto identificado, Gedson (veja lista abaixo).
(CORREÇÃO: O G1 inicialmente informou que seis corpos dependiam de exame de DNA, segundo anunciado pelo Flamengo, mas o corpo de Gedson foi reconhecido por força-tarefa de peritos. A informação foi corrigida às 13h55.)
Nos demais, entretanto, será preciso recorrer a teste genéticos, o que pode demorar semanas: será preciso colher material de parentes – como saliva, células da bochecha ou fios de cabelo – e compará-los com o dos corpos.
O incêndio aconteceu na sexta (8). Todas as vítimas eram atletas da base do time – tinham entre 14 e 16 anos. De acordo com o clube, há três jovens internados, dois deles em situação estável e conscientes; o terceiro está em estado grave. O fogo destruiu parte dos alojamentos em que eles estavam. A suspeita é que a causa seja um curto-circuito no ar-condicionado.
O Flamengo chegou a entregar imagens das arcadas dentárias dos atletas na esperança de agilizar a liberação dos corpos do Instituto Médico-Legal do Rio (IML). Mas não será possível nos corpos que ainda aguardam perícia.
Corpos identificados:
- Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, liberado do IML na madrugada. O enterro será neste sábado em Volta Redonda (RJ);
- Bernardo Pisetta, ainda no IML;
- Gedson Santos, identificado às 13h40, apesar de o corpo estar carbonizado;
- Pablo Henrique da Silva Matos, identificado por impressões digitais e liberado do IML na madrugada. O enterro será neste sábado em Oliveira (MG);
- Victor Isaías, ainda no IML.
Aguardam identificação e liberação:
- Athila Paixão, de 14 anos;
- Christian Esmério, 15 anos;
- Gedson Santos, 14 anos;
- Jorge Eduardo Santos, 15 anos;
- Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos;
- Samuel Thomas Rosa, 15 anos.
Relembre a tragédia
O INCÊNDIO
- A tragédia aconteceu no fim da madrugada de sexta (8) no Ninho do Urubu, como é conhecido o Centro de Treinamento Jorge Helal, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio;
- Foram dez mortos e três feridos. Treze escaparam ilesos;
- No alojamento, dormiam garotos de 14 a 17 anos dos times juniores do Flamengo;
- Por causa do temporal da última quinta (7), que deixara o Ninho do Urubu sem luz, treinos foram cancelados. Com isso, jovens que tinham residência no Rio puderam dormir em suas casas;
- O incêndio começou às 5h07 em um dos seis módulos de contêineres adaptados para dormitórios. A hipótese mais provável é um curto-circuito em um ar-condicionado;
- Imagens obtidas pela TV Globo mostram jovens saindo do alojamento quando o fogo já ardia em um dos quartos. Câmeras de segurança registraram ainda explosões e muita fumaça. Tentativas de debelá-lo com água de bebedouros e extintores foram em vão;
- Bombeiros chegaram rapidamente, mas já encontraram os contêineres envoltos em chamas. O fogo foi apagado às 6h30;
- Três atletas foram levados para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. Em estado mais grave está Jhonatan Ventura, com queimaduras em um terço do corpo;
- Dez jovens foram encontrados sem vida. Todos vieram de fora da cidade do Rio.
A INVESTIGAÇÃO
- Tanto a Prefeitura do Rio quanto o Corpo de Bombeiros do RJ afirmam que o CT do Flamengo tem pendências no licenciamento;
- Segundo os bombeiros, o Ninho do Urubu ainda não tem o Certificado de Aprovação, que atesta o esquema contra incêndios. A corporação afirma que a documentação está em processo de regularização;
- Já a prefeitura informou que o dormitório não tem licença. “A área de alojamento atingida pelo incêndio não constado último projeto aprovado pela área de licenciamento, no dia 5 de abril de 2018, como edificada”, diz em nota. “No projeto protocolado, a área está descrita como um estacionamento“, frisa a prefeitura;
- O município acrescentou que a atual licença do CT tem validade até 8 de março deste ano e que “não há registros de novo pedido de licenciamento da área para uso como dormitórios”.
Fonte:G1