Tortura Nunca Mais sofre invasão


24/07/2012


O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, que há 27 anos vem lutando pela memória, verdade e justiça do período de terrorismo de Estado que se implantou no País (de 1964 a 1985), em menos de dez dias sofreu com a violência das forças retrógradas e saudosistas da ditadura civil-militar, que insistem em continuar com seus atos de intimidação.
 
 
No dia 12 de julho, houve um telefonema ameaçador: “Vamos voltar, isto aqui vai acabar” No dia 19, quando a secretária do GTNM/RJ chegou para trabalhar verificou que a sede do Grupo tinha sido invadida, sendo furtada do caixa do Projeto Clínico Grupal a quantia de R$ 1.567, 37, além de diversos documentos da entidade e notas fiscais de serviço. Alguns arquivos também foram revirados; o computador, ligado.
 
 
A vice-presidente da entidade, Cecília Coimbra, manifestou-se sobre o episódio: “Continuaremos exigindo e lutando por uma efetiva Comissão Nacional da Verdade e Justiça transparente e pública, pela abertura dos arquivos da ditadura e pelo cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o caso Araguaia, pois casos como esse não nos amedrontam”.
 
Cecília Coimbra disse que ficou emocionada com a solidariedade de várias entidades da sociedade brasileira, entre elas a ABI, a OAB, o MST etc. Na segunda-feira, dia 23, cerca de 40 pessoas, representando várias entidades, foram à sede do GTNM, na Rua General Polidoro, Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, para se colocar à disposição do Grupo.   
 
 
A invasão está sendo investigada pela Polícia Civil do Rio e os integrantes do GTNM querem que a Polícia Federal participe das investigações, pois entendem que não se trata de um crime comum, mas de uma investida política de extremistas da direita que atuaram durante o golpe militar.
 
 
A Ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, hipotecou solidariedade ao GTNM, colocando-se à disposição da entidade, e garantiu a participação da Polícia Federal nas investigações para apurar a violência.