Sociedade civil se mobiliza por Greenwald



Ao menos dez entidades da sociedade civil já aderiram ao ato de solidariedade que a Associação Brasileira de Imprensa – ABI promoverá, no início da noite (18h30) desta terça-feira (30/07) ao jornalista Glenn Greenwald, fundador e editor do site The Intercept do Brasil.

O ato a se realizar no auditório do 9º andar da sede da ABI – à Rua Araújo Porto Alegre, nº 71 – Centro, Rio de Janeiro – tem por objetivo demonstrar claramente o apoio dos jornalistas brasileiros ao trabalho dos colegas no The Intercept, capitaneados por Greenwald.

Mostra também que a nova diretoria da ABI está atenta a todas as ameaças, perseguições e intimidações que o governo de Jair Bolsonaro vem promovendo juntos ao profissional, por conta do trabalho jornalístico dele e de seus colegas da redação do The Intercept.

Tais perseguições e intimidações estão diretamente ligadas às revelações trazidas a público por Greenwald a partir de arquivos, por ele recebido de fonte anônima, com transcrições de conversas, via o aplicativo Telegram, entre procuradores da República, juízes e delegados federais ligados à Força Tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.

Como já deixou claro o presidente da ABI, Paulo Jerônimo Sousa, o Pagê, a entidade se preciso recorrerá judicialmente para garanti a integridade de Greenwald e o seu direito ao livre exercício da profissão.

Já prometeram presença no ato do início desta noite entre outras a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que também estará representada pelo presidente da Comissão de Defesa do Estado Democrático de Direito da seccional do Rio de Janeiro, Luís Guilherme Vieira, assim como por Claudio Carneiro, presidente da Comissão de Direito à Educação da OAB-RJ.

A Comissão Arns de Direitos Humanos estará presente na pessoa de Claudia Costin, professora universitária e ex-ministra da Administração do governo Fernando Henrique Cardoso.

Anunciaram participação, ainda, o Clube de Engenharia, representado por seu presidente, Pedro Celestino e a Federação Nacional dos Jornalistas, na pessoa de sua diretora Beth Costa.

A Federação Única dos Petroleiros – FUP se apresentará com oito de seus diretores. Deyvid Miranda, um dos diretores, desde cedo ajudou na preparação do evento.

Além da OAB, marcarão presença a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD, através das professoras Carol Proner e Gisele Cittadino; a Associação de Juízes pela Democracia, representada pelo juiz João Batista Damasceno; a Comissão de Juristas pela Liberdade de Imprensa, através da desembargadora Kenarik Boujikian, do Tribunal de Justiça de São Paulo; do Coletivo de Defensoras e Defensores pela Democracia; do Movimento MP-Transforma, representado pelo procurador de Justiça aposentado Afrânio Silva Jardim; pela União Nacional dos Estudantes – UNE, além de representantes dos partidos políticos como PSOL, PT, PDT, PCdoB, PCB e possivelmente do DEM e do PSDB.

Também confirmaram presença artistas como Camila Pitanga, Wagner Moura, Renata Sorrah, Zélia Duncan, Marcelo D2 e Maria Gadu, entre outros.

Antes de se dirigir ao auditório Oscar Guanabarino, no 9ª andar do prédio sede da ABI, onde cabem 600 pessoas, Greenwald dará uma entrevista coletiva.

Diante da impossibilidade de acolher a todos que comparecerão ao ato – as previsões superam mil pessoas – a ABI, com a ajuda da FUP, colocou um telão no hall de entrada do prédio para atender aos que forem barrados por conta da lotação do auditório.

Além do telão, o evento será transmitido ao vivo pela internet. O acesso à transmissão poderá ser feito tanto pelo site da ABI – www.abi.org.br – como pela sua página no Facebook. Também se farão presentes Marinete Silva, mãe de Marielle Franco, e David Miranda, deputado federal pelo PSOL-RJ, companheiro de Greenwald.