Sindieletro-MG faz denúncias contra Cemig


21/12/2010


Representantes do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) enviaram ofício à ABI, no qual denunciam as más condições de trabalho dos funcionários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
 
Nos últimos anos, o Sindieletro, órgão filiado à Central Única dos Trabalhadores, tem sido um importante braço na luta por melhores condições de trabalho, mais segurança, e contra a terceirização de determinados setores, que muitas vezes contribui para a precarização das atividades, o que aumenta as estatísticas de acidentes, alguns fatais, durante o período de trabalho.
 

A seguir o texto do documento enviado à ABI:
 
“Este ano, os acidentes de trânsito dominaram o cenário: 3 mortes em janeiro; 2 em fevereiro; 1 em outubro. Por choque elétrico ocorreram dois óbitos; em fevereiro e novembro. Este último, um trabalhador de 28 anos, casado, pai de um bebê; morreu em decorrência de uma falha absurda: religação da energia enquanto o trabalhador estava ainda em cima do poste.
 
Os processos de trabalho, que deveriam tornar-se cada vez mais seguros por meio de dispositivos de segurança coletivos, treinamentos adequados e metas de produção possíveis, que não obriguem o trabalhador a aumentar o ritmo de trabalho e se descuidar da segurança, são cada vez mais desumanos.
 
A realidade das famílias dos trabalhadores mortos é preocupante: algumas viúvas não receberam verbas rescisórias. As empresas terceirizadas geralmente pagam um salário na carteira de trabalho e complementam com horas extras e produtividade, sem recibos adequados, e não pagam os impostos devidos. Além disso, as famílias não recebem assistência jurídica e por falta de conhecimento não reivindicam indenização pela negligência das empresas com a saúde dos seus trabalhadores. Na maioria das vezes, o benefício corresponde a 1/3 do salário antes recebido pelo trabalhador, ficando a família em situação de penúria.
 
Apesar das insistentes denúncias e ações do Sindieletro/MG para pôr fim às deploráveis estatísticas de mortes por acidente de trabalho na Cemig, o número não diminuiu, mantendo-se uma vítima a cada 45 dias, nos últimos dez anos. A terceirização de atividade-fim é ilegal, conforme já se pronunciou o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, em Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público do Trabalho, mas continua sendo praticada gerando maior lucro para a Cemig e para as empresas terceirizadas.
 
Por tudo isso, continuamos denunciando as mazelas da terceirização e o descaso da Cemig com os trabalhadores. E na expectativa de mudar esse quadro, buscamos mais uma vez seu apoio.
 
Atenciosamente,
 
Jairo Nogueira Filho, Coordenador Geral; Argemiro Ferro Filho, Secretário de Saúde e Segurança do Trabalhador”