Sabatina do Estadão na ABI encerra com o PC do B


29/08/2008


                                                                                                         Aline Sá

 Wilson Tosta, Irany Tereza e Marcelo Beraba (à direita) sabatinam Jandira Feghali (ao centro)

Realizada no Auditório Oscar Guanabarino, no 9º andar do edifício-sede da ABI, a sabatina do Estado de S.Paulo com os candidatos a Prefeito do Rio de Janeiro recebeu nesta sexta, dia 29, a candidata do PC do B, a Secretária de Desenvolvimento Jandira Feghali. Os entrevistadores foram os jornalistas Marcelo Beraba, Diretor da sucursal Rio do jornal e mediador dos encontros; Irany Tereza, editora regional da Agência Estado; e Wilson Tosta, repórter do Estadão no Rio, com a contribuição de internautas e da platéia.

Segunda Jandira, “a cidade apresenta-se fragmentada”:
— O Rio não está somente partido, porque há uma segregação que vai além da existente entre asfalto e favela e afeta também o espaço urbano entre os dois. As praças deixaram de ser ponto de encontro, de lazer. Para implementar este serviço, criaremos o programa Praça Viva.

Ela acredita que o que falta no Governo é a participação do povo:
— Há um Governo autoritário, isolado, que não se relaciona com a população e volta suas práticas para os interesses de poucos. Falta planejamento e articulação política. A marca da minha gestão será superar as dificuldades. Os 22 anos que tenho na vida pública colaborarão na agilidade para solucionar as intempéries.

Ponto zero 

Por sua formação acadêmica (Medicina), a ex-Deputada ressalta que a saúde é o “ponto zero” de seu plano de Governo:
— Quero restringir o tempo máximo de marcação de uma consulta ou exame para o prazo de oito dias. É um absurdo termos pessoas hoje com consulta marcada para 3 de setembro de 2009; é um ano de espera. A saúde tem de estar articulada à educação, com a implantação do programa de assistência para prevenção da gravidez na adolescência. Quero construir duas maternidades, sendo uma em Jacarepaguá, e aumentar o horário de funcionamento dos postos de saúde para três turnos. As 346 equipes que quero formar para suprir as necessidades do Programa Saúde da Família — que visa a atender comunidades com um IDH de, no máximo, 0,50 — irão atender a mais de 1 milhão de pessoas. Vamos acabar com a indústria das filas.

Quanto ao combate a dengue, ela diz que a responsabilidade é de todos:
— A Prefeitura deve se responsabilizar pela prevenção, apesar de todos terem uma parcela de responsabilidade. O órgão tem um canal de TV, o MultiRio, que não divulga orientações sobre a doença.

Quanto à educação, acrescentou:
— Vou qualificar o ensino, que passará a ser em tempo integral, reforçando a educação para crianças. Vamos romper com a exclusão digital, além de promover a formação continuada de professores. Desenvolvimento, informação e qualidade de vida para geração de empregos e de tecnologia. O Rio de Janeiro é o centro do desenvolvimento e da cultura.

A ex-Deputada falou em “raciocínio contínuo” em relação a diversos assuntos, entre eles o problema do sistema de transportes:
— O transporte concilia mobilidade e acessibilidade. Quero mudar os ramais da Central para o sistema de metrô. As empresas de ônibus terão de obedecer ao comando da Prefeitura, adaptando os preços às necessidades da população, fazendo reajustes anualmente e investindo na cidade. Pretendo reforçar a política de transporte sobre trilhos. A linha seis, que ligará a Barra à Leopoldina, será integrada à linha quatro, que passará pelo Galeão. Além disso, deixo claro que nenhuma empresa que não cumpra com as exigências de respeitar as pessoas com deficiências físicas participará de licitação.

Problema integrado

A candidata relaciona o problema de moradia à deficiência do sistema de transportes:
— A existência das favelas é um problema de moradia social que está integrado ao do transporte. Além disso, ela devem ser tratadas como qualquer bairro do Rio. A Prefeitura deve participar das decisões do PAC. A expansão desordenada das favelas é uma questão de reorganização. Existe o vazio urbano da Leopoldina, entre outros. Realocando estas pessoas, a expansão desordenada é contida. Isso tudo integrado a um sistema de transporte abrangente e articulado, com uso do bilhete único. Quero construir 80 mil moradias por ano, agregando recursos nacionais, e estimular o arrecadamento através do turismo e dos corredores culturais e gastronômicos, que, incentivados, atrairão muitos investidores e grandes empresas. 

Segurança desarmada

Para Jandira, a questão da segurança tem fundamento na educação e na geração de empregos. Além disso, o uso de armas é repreendido em sua concepção:
— Para a segurança, prego os princípios da prevenção, intervenção e repressão. A Guarda Municipal deve ser comandada pela própria Guarda e não pela Polícia Militar. Tem de ser comunitária, desarmada, sutil e equilibrada. O uso de violência para repreender a atividade informal é recrudescente e incabível. Sou totalmente contra a ação das Forças Armadas nas favelas. Políticas de qualificação e geração de empregos locais serão aplicadas. Começarei por áreas onde o IDH é menos de 0,50.

Clique nos links abaixo para conhecer as propostas apresentadas pelos demais candidatos recebidos pelo Estadão na ABI.
 
ABI e Estadão recebem candidato do PSOL
Sabatina na ABI recebe candidata do DEM
Candidato do Partido Verde sabatinado na ABI
Estadão recebe candidato do PMDB na ABI
Candidato do PT na sabatina do Estadão na ABI
Sabatina do Estadão na ABI começa com Senador