A ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) divulgou comunicado nesta quinta-ferira, 12, pedindo proteção para a jornalista hondurenha Itsmania Pinedo Platero, que vem recebendo ameaças de morte por defender a liberdade de imprensa e de expressão em seu país.
A repórter organizou a manifestação “Jornalistas pela Vida e Liberdade de Expressão”, realizada no dia 13 de dezembro de 2011, em frente à Casa de Governo de Honduras, na capital Tegucigalpa. O objetivo era denunciar o assassinato de 17 jornalistas nos últimos dois anos. Os profissionais de imprensa usaram mordaças simbolizando a censura à mídia. A manifestação foi brutalmente reprimida por policiais, que espancaram os participantes.
Enquanto em muitos países a violência contra a imprensa está relacionada ao tráfico de drogas e a episódios de guerra civil, em Honduras a corrupção policial está por trás da morte dos 17 profissionais de imprensa.
“O que dizem é que os assassinatos são uma mensagem para os jornalistas de Honduras, para que nos calemos diante das denúncias de corrupção envolvendo a polícia. Não há evidências concretas, os culpados não foram encontrados”, ressaltou o repórter Mario Cerna, do jornal
El Heraldo, em entrevista publicada em
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Segundo a RSF, os jornalistas que estiveram presentes no protesto estão recebendo ameaças de morte, e quinze deles já denunciaram o caso à Promotoria Especial de Direitos Humanos, que nada fez.
De acordo com a ONG, as ameaças a Itsmania Pinedo Platero e sua família estão sendo feitas por telefone. Na última ligação a jornalista, que dirige a organização Human Right Xibalba, ouviu o som do carregador de uma arma.
“As autoridades são responsáveis pela segurança dos jornalistas. Apesar das ameaças, nada foi feito para proteger Itsmania Pinedo Platero. É preciso urgência para solucionar a questão. A impunidade está durando muito tempo. Desde o golpe de 28 de junho de 2009, 17 jornalistas foram mortos em Honduras”, disse a RSF.