Robertinho Silva e Victor Biglione no Encontros


29/04/2021


 

Músicos falam de sucesso e dificuldades na pandemia

No Encontros da ABI com a Cultura hoje, às 19h30, haverá um bate-papo com o baterista, percussionista e compositor carioca Robertinho Silva, que faz 80 anos em 1º de julho, sendo considerado um dos definidores da linguagem brasileira para a bateria e percussão, ao lado de nomes como Airto Moreira, Edison Machado e Dom Um Romão. O outro entrevistado é o guitarrista, arranjador e compositor argentino, naturalizado brasileiro, Victor Biglione, e que já tocou nos maiores festivais do mundo.

Os dois músicos considerados ícones em seus instrumentos, falarão de sua profissão e criações, além das dificuldades durante a pandemia. As entrevistadoras serão a cantora Mariana Baltar e as jornalistas Vera Perfeito, diretora de Cultura e Lazer da ABI, e Zezé Sack, da Comissão de Cultura. Assistam pelo canal da Associação Brasileira de Imprensa do YouTube. Divulguem.

Robertinho

Atualmente, Robertinho Silva faz concertos, ministra cursos, oficinas, seminários e workshops sobre ritmos brasileiros no Brasil e exterior e realiza também trabalhos com A Família Silva composta por ele e os filhos, além de desenvolver projetos com companhias de dança e teatro.

Com mais de 60 anos de profissão, o carioca de Realengo, aos 6 anos já fazia som, batendo lata com milho dentro e aprendeu a tocar por conta própria. Aos 15 anos, trabalhava profissionalmente em bailes e, em 1969, quando tocava com Cauby Peixoto, conheceu Milton Nascimento, com quem tocou por 25 anos.

Em 2019, o músico lançou A Força do Tambor, com livro e CD, em que coloca toques de tambores diferentes em algumas poesias. O trabalho possui histórias relacionadas ao instrumento .  Segundo ele, a percussão tem dificuldade de reconhecimento dentro da música e da história, quando se sabe que ela possui profunda relação com a origem da sonoridade brasileira.

Ele escreveu uma biografia com 357 páginas, em parceria com o jornalista Miguel Sá. No livro, o leitor acompanha toda a trajetória do músico desde a infância em Realengo até os dias de hoje. Na sua história, estão os tambores que tocava nas sessões de umbanda promovidas pela mãe; a profissionalização nos bailes e dancings do Centro do Rio de Janeiro e nas boates de Copacabana, além dos encontros com Milton Nascimento, Naná Vasconcelos, Airto Moreira, Wagner Tiso, Egberto Gismonti, Gilberto Gil, João Donato, Wayne Shorter e tantas outras pessoas, além dos lugares que influenciaram sua vida e sua música.

Hoje, Robertinho Silva é um mestre dos ritmos afro-brasileiros que, além de tocar com João Donato e produzir trabalhos próprios, faz questão de passar seus conhecimentos em workshops pelo mundo inteiro, já tendo dado aulas também na Uerj. E ele se destacou também com o grupo Som Imaginário junto de Wagner Tiso e Luiz Alves.

 Desde o início de sua carreira, no final dos anos 60, participa de gravações e concertos com grandes nomes da música nacional e internacional. Esteve ainda em grandes festivais como New Port, Berlim, Free Jazz Festival, JVC New York, Montreaux, Midem, entre outros.

Em sua carreira, apresentou-se, além de Milton Nascimento, com João Donato, Tom Jobim, Wayne Shoter, Paul Horn, George Duke, Egberto Gismonti, Airto Moreira, Flora Purin, Raul de Souza, Dori Caymmi, Cal Tjader, Sarah Vaughan, Gilberto Gil, João Bosco, Toninho Horta, Gal Costa, Nana Caymmi e Chico Buarque, dentre outros. Mais recentemente com Lisa Ono, Guilherme Vergueiro, Wanda Sá, Mônica Salmaso, o saxofonista Bud Shank e o guitarrista George Benson.

No início de 2020, Robertinho Silva lançou, junto com contrabaixista Alexandre Ito, um álbum de músicas assinadas só por Milton Nascimento. Os arranjos são de ambos.

Biglione

Victor Biglione nasceu em Buenos Aires em 1958, mas veio para o Brasil aos cinco anos, tornando-se um virtuoso guitarrista, violonista, produtor musical, arranjador e compositor argentino, naturalizado brasileiro desde 1982. Fez parte do grupo musical brasileiro A Cor do Som e, em 2016, foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Instrumental por seu álbum Mercosul. A sua discografia conta com dois Grammys e parcerias com Wagner Tiso e Andy Summers.

Com mais 40 anos de carreira, o instrumentista Biglione já tocou nos maiores festivais de jazz do mundo e não prende sua música a rótulos. Ele é do blues, do samba, da bossa, e do rock. No entanto, deixa claro que o seu jeito de ser é rock ‘n’ roll.

Biglione gravou com boa parte dos nomes mais importantes da MPB e sua música já o levou para 23 países. Biglione interpreta músicas que marcaram sua carreira e confira parte de seu repertório: People Makes The World Go Round (The Stylistics); Fotografia (Tom Jobim); Povo (Freddie Hubbard); Água De Beber (Tom Jobim); Take Five (Paul Desmond); Abraço No Bonfá (João Gilberto); Por Una Cabeça (Carlos Gardel / Alfredo Lepera).

– Eu não me prendo a gêneros. Eu me importo é em fazer música boa – diz.