Procura-se um gerente


23/09/2009


Evidentemente o momento é este – aproxima-se o instante no qual o brasileiro eleitor colocará na urna o seu voto, indicando a sua preferência naquele que julgará, a seu critério, vir a ser o novo Presidente da República.

Até o presente momento não foram estipuladas novas regras oficiais para seleção de candidatos a cargos eletivos, mormente para o cargo de Presidente; o que se conhece é o prescrito na Constituição de 1988, em seus artigos 14 e 77, os quais julgamos muito pouco para situar a responsabilidade do exercício.

Devemos acreditar no tempo. Algo há de se apresentar no decorrer dessa espera, no sentido de que seja encontrado um postulante que se revele em um patamar de honra e dignidade, cônscio de suas responsabilidades e deveres para com a sua Pátria, a qual, sendo considerada grandiosa em vários aspectos, ainda tem 50 milhões de miseráveis, além de seus déficits em educação, segurança e emprego.

Dizem os que poderíamos chamar de involucionistas, preocupadíssimos com a possibilidade de crescimento do Brasil, mormente agora, face às nossas reservas do pré-sal e em outras áreas terra–mar: “O Brasil não tem condições de explorar suas jazidas de petróleo sem recursos das concessionárias estrangeiras”. É daí que temos que aguardar as conclusões do Congresso, com relação às modificações que serão feitas no novo marco regulatório.

Temos que observar, sim, que no manejo dessa riqueza, de cerca de um trilhão de dólares, deverá estar à sua frente um novo guia, que, em razão da sua honestidade de propósitos, possa merecer a confiança do povo.

No momento preciso a Nação terá que confiar a um dos seus filhos a nobre, árdua e difícil solução dos problemas econômicos e sociais do País. Eles são muitos, mas cremos que ainda existam milhões de brasileiros que podem destinar-se a lutar, posicionando-se ao lado de um bom dirigente. A força da mente pode superar, em muito, a ação física. A esperança não deve desaparecer. A sociedade necessita unir-se como nunca o fez.

As instituições civis e militares deveriam elaborar projetos de recomposição de valores cívicos mais agregantes em todos os sentidos, a fim de que possamos conseguir o que desejamos, ou seja, que o Brasil venha a ocupar o lugar que merece no contexto mundial, dando aos seus filhos uma vida digna, promissora e garantida. A mídia, essa mídia tão controversa, deveria tentar atrair a sociedade no sentido de que viesse oferecer as suas sugestões sobre a eleição que se aproxima e os seus candidatos, demonstrando interesse pelo bem da Pátria, coisa que observamos em qualquer lugar do mundo mas, bem sabemos as razões, está definhando cada vez mais em nosso País. Assim, torna-se difícil conhecermos os feitos dos que desejam ingressar ou continuar na política, no que diz respeito à cultura, nacionalismo e moralidade pública, expressos tais dons em fatos relacionados com as suas vidas pregressas.

Acreditamos que qualquer membro da sociedade brasileira em pleno uso da sua cidadania poderia, se assim viesse a ser solicitado, dizer do seu interesse e das razões por este ou aquele candidato. Seria uma espécie de censo destinado a aquilatar-se do interesse desses milhões de brasileiros, dispersos, sem rumos, nesse continente imenso que se chama Brasil.

Todos agora só falam no pré-sal, como uma dádiva de Deus, mas tal proteção só será distinguida em todos os seus ângulos quando essa fortuna estiver garantida por uma regência honesta, hábil e nacionalista por excelência.

Receosos todos nós estamos. O que esperarmos ás vésperas das eleições se não temos ainda um nome no qual podemos confiar! Será que não o temos, livre de injunções políticas partidárias, culto, inteligente, civil ou militar, nada impede! Ou será que doravante candidatos à Presidência da República estarão sempre atrelados aos partidos políticos? Que se mudem as leis! Está na hora de evoluirmos. E o povo? Que povo ? Os 70% que dizem amém ou os 30% que pensam mas não falam?

Tenhamos coragem para culpar a nossa própria sociedade, que finge que vê mas se esconde e só atua em benefício próprio.

Instituições as mais diversas, que só se interessam por suas atividades lucrativas; indústrias e empresas que poderiam aplicar seus lucros no programa PPPs, fazem isto, sim, no exterior. Agora, pela frente, a luta dos governadores dos Estados nos quais ocorre a produção do pré-sal acreditamos venha a ser uma verdadeira guerra a implantação do chamado marco regulatório ou seja a nova Lei do Petróleo – todos querem o seu quinhão e no que menos pensam é no Brasil –

Aguardemos o que virá; todavia seria interessante que se procurasse encontrar o nome de quem poderia gerenciar o País.

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Bernardino Capell Ferreira, sócio da ABI, é jornalista, administrador e escritor.