“Para que tanta raça se um gol contra basta?”


09/07/2012


Acaba de ser lançado no Rio de Janeiro o livro “Para que tanta raça se um gol contra basta?”, do jornalista Wellington Lopes, um dos responsáveis pelo site OBatuque.com. O objetivo do livro foi analisar, comparativamente, as manchetes dos jornais populares, atribuídas às vitórias do Clube de Regatas do Flamengo, especialmente, do ponto de vista da exaltação à palavra raça, sobre os arquirrivais Vasco, Fluminense e Botafogo.
 
Para que tanta raça se um gol contra basta? foi baseado na monografia de conclusão do curso de jornalismo da Universidade Estácio de Sá, em 2008, cuja avaliação lhe foi atribuída a nota máxima. A pesquisa não faz críticas à comercialização dos jornais, nem a eles propriamente dito e muito menos às intenções de atingir comercialmente seu público-alvo. A motivação foi em função da análise da palavra raça e tão somente ela, e o que ela pode produzir na sociedade e nos rivais do Flamengo, quando é impressa nesses veículos.
 
O trabalho mostrou ainda que a postura dos impressos pode provocar nas pessoas a percepção de que somente o Flamengo seja detentor de determinação e coragem para vencer seus adversários, e que os outros clubes cariocas não dispõem desta aptidão, segundo os jornais populares.
 
 
Para isso, foram analisados os jogos dos clubes cariocas, em razão de observar se as manchetes dos jornais estão condizentes com o jogo. Ainda foi avaliada a postura do jornalista esportivo, por atuar de forma parcial nas suas coberturas do dia a dia, reforçando o estereótipo em torno do Flamengo.
 
 
Além do mais, a pesquisa mostra, indiretamente, que a difusão inserida nas manchetes desses jornais contribui para a crença de que somente o Flamengo é detentor dessa característica, e com isso, atrela parte do crescimento da torcida rubro-negra à visibilidade imposta pelos impressos populares, especialmente pelos que utilizam as cores vermelho e preto em suas logomarcas.
 
No capítulo 1, foi traçado um breve panorama do surgimento do futebol, suas fases de desenvolvimento e ainda, a relação desse esporte com o jornalismo, com o objetivo de compreender melhor como o futebol veio a se tornar tão popular, expressivo e consequentemente, produto de interesse midiático.
 
 
Já no capítulo 2, o objetivo foi avaliar, a partir de conceitos teóricos, o discurso da mídia no universo do futebol em relação à prática esportiva. Nessa empreitada, serão utilizadas as considerações dos teóricos Alfredo Vizeu, Ronaldo Helal e Pierre Bourdieu, na abordagem sobre mídia, esporte e produção de sentidos; Márcia Amaral e Danilo Angrimani sobre o sensacionalismo na imprensa, e por fim, Maria Manuel Lima e Alyohha Moroni e Elza Filha, a respeito dos estereótipos.
 
 
No capítulo 3, foram postos em prática os assuntos debatidos nos capítulos anteriores, com o objetivo de entender a relação entre os jornais populares e o Clube de Regatas do Flamengo. Para tal, a pesquisa descreveu um resumo da gloriosa história do Flamengo, além de verificar como é a estrutura do caderno de esportes desses jornais, para conhecer como as matérias são expostas e com isso, partir para uma análise mais minuciosa para concluir o trabalho. 

Mais informações pelo e-mail w.lopes67@uol.com.br ou pelo telefone 34718812.