Osório: para ser prefeito é preciso gostar de gente


23/09/2016


Foto: Flavio Saturnino

Foto: Flavio Saturnino

 

O candidato Carlos Osório observou que ‘governar é, acima de tudo, contrariar interesses e estabelecer prioridades’. Seu principal objetivo é trazer o Rio de volta a realidade, impedindo que a administração pública permaneça comprometida com uma cidade que não existe, como se fosse um conto de fadas.

“A prefeitura do Rio conduz a gestão da cidade através de parâmetros inconsistentes que geram demandas fantasiosas, como construir 304 ‘Escolas do Amanhã’ em quatro anos: isso significa inaugurar uma nova escola de quatro em quatro dias, o que é uma falácia”.

Osório acha que sua experiência como jornalista, durante o período em que foi correspondente da CNN, no Rio de Janeiro, foi fundamental na construção do seu olhar, diante de verdadeiros problemas enfrentados pela população da cidade.

“O principal compromisso do jornalista é enxergar o que a maioria das pessoas não veem, além de saber ouvir e se colocar no lugar do outro. Esse olhar é o grande diferencial da minha campanha e das soluções que desenvolvi para uma cidade moderna como a nossa que exige a cada dia novos desafios. Para ser prefeito do Rio de Janeiro é preciso gostar de gente, uma dos principais requisitos de quem também exerceu o jornalismo. Aprendi muito com essa profissão.”

Transporte

Uma de suas principais bandeiras é reorganizar o sistema de transporte coletivo, colocando-o a serviço da população e não das empresas de ônibus que hoje definem e estabelecem os critérios de mobilidade em toda a cidade.

“Eliminam-se linhas de ônibus da noite para o dia sem consultar a população. As pessoas são surpreendidas com essas mudanças na hora em que vão para o trabalho. Isso é inaceitável em uma cidade como o Rio de Janeiro, um dos maiores centros urbanos da América Latina.”

Educação

Osório lamentou a atual falta de valorização dos professores do município. Segundo ele, hoje existe o que chamou de “muro de Berlim” entre a prefeitura e uma das classes mais importante da sociedade. O candidato lembra ainda que 49% das escolas tem falta de professores e 43% apresentam má conservação.

“Reformar essas escolas, valorizar os professores, gerando qualidade no ensino são algumas das prioridades do meu governo. Estive na Maré e um morador contou que o filho não tinha aula de matemática há três meses porque a professora foi transferida de um antigo Brizolão para a chamada Escola do Amanhã. Remanejam-se professores, de acordo com estratégias eleitoreiras, na tentativa de iludir a população. Objetivo do meu governo é transformar o indivíduo em cidadão, em um ser pensante que tenha consciência dos seu direitos e deveres.”muriat

Saneamento

Osório promete grandes investimentos nesse setor, através de Parcerias Público Privadas (PPP). Segundo o candidato, trata-se de um investimento barato que gera expressivo retorno financeiro para o município.

“Vou investir forte no saneamento. É científico: cada um real investido nessa área gera quatro reais de economia na área da saúde. Em cada R$ 1 bilhão investidos no saneamento básico, gera 58 mil empregos diretos e indiretos, dos quais 27 mil na indústria, 25,1 mil no setor de serviços e 5,9 mil em agropecuária. E mais: cada R$ 1 bilhão investidos em saneamento resulta no crescimento de R$ 545 milhões na massa salarial do país.”

Crise financeira

O candidato do PSDB disse que o Rio vive uma grande crise financeira que está sendo ocultada da população. Ele revelou que muitos recursos foram desviados de sua verdadeira finalidade para obras de valor social duvidoso. Osório disse que o Fundo de Previdência do Município funcionou como espécie de banco da prefeitura, financiando projetos a fundo perdido que jamais darão retorno financeiro. Ele denunciou que R$750 milhões foram retirados da área de Saúde para serem aplicados em obras das Olimpíadas que não vão trazer nenhum benefício à cidade.

Osório enfatizou que o endividamento do Rio e as formas de mascarar esses desmandos criaram a chamada “tempestade perfeita”.

“A situação financeira do Rio é dramática e as consequências serão logo percebidas depois das eleições. Gastou-se muito dinheiro em obras de perfumaria e a população será penalizada com essas despesas supérfluas. A prefeitura virou um cabide de empregos ao criar 29 secretarias para atender exclusivamente interesses partidários. Nenhuma grande cidade do mundo tem tantas secretarias como o Rio de Janeiro.”

Uma de suas primeiras intervenções ao ser eleito será desaparelhar a estrutura administrativa da prefeitura a fim de colocá-la a serviço da população e não para atender “os chamados interesses políticos do momento”.

Uma de seus principais compromissos será resgatar a máquina do serviço público para que ela cumpra o seu verdadeiro objetivo e não seja usada como moeda de troca em discutíveis acordos de natureza política.

Guarda Municipal

Osório disse que pretende armar apenas 10% da Guarda Municipal após intenso treinamento e que seu papel será de trabalhar junto com a PM em áreas que são da competência da prefeitura.

“Não vamos sair por aí armando a Guarda Municipal. Nosso objetivo é aproveitar essa mão de obra de forma mais eficiente, colocando-a a serviço da população. Ela não vai sair por aí subindo morro ou correndo atrás de assaltante de banco. Sua função será mais voltada para a segurança do cidadão em locais que a PM tem dificuldades de atuar”.

Saúde

O candidato do PSDB pretende rever todos os contratos das Organizações Sociais (OS) que administram os hospitais do Rio a fim de fiscalizar melhor os serviços que são prestados à população. Osório pretende também fazer uma auditoria, com o objetivo de identificar gastos excessivos que acabam comprometendo os recursos da prefeitura.

*Publicado em: 23 set, 2016 às 13:37