ONU denuncia: Não há imprensa livre em Mianmar


12/09/2018


A absurda condenação de dois jornalistas a sete anos de prisão em Mianmar, na semana passada, é só um exemplo do quão difícil tem sido o trabalho da imprensa no país do sudoeste asiático. Com base e leis imprecisas, o governo faz o que pode para controlar a liberdade de expressão e transformou os profissionais independentes em principais alvos.

De acordo com relatório elaborado pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas (ONU), é “impossível para os jornalistas fazerem seu trabalho sem medo”.

Jornalistas e fontes deles estão sendo presas no que o relatório descreve como um abordagem de qualquer meio para um fim”. Ou seja, não importa qual será a acusação. O objetivo é calar a imprensa que ousa relatar os conflitos rotineiros dentro do país, sejam eles entre etnias ou com autoridades militares.

Na semana passada, Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe, de 28, jornalistas da Agência Reuters, foram condenados a sets anos de prisão por violarem a Lei de Segredos Oficiais. Tudo porque receberam de duas fontes (policiais) documentos de uma operação militar. Eles investigavam o massacre do grupo étnico Rohingyas, na aldeia Inn Dinn, em dezembro de 2017. Ambos se dizem vítimas de uma armação das forças de segurança que usaram as “fontes” para criar um pretexto para a prisão.

Mas a ONU relata outros casos graves. Quem ajuda jornalista também é punido – as autoridades dão um jeito de achar uma acusação que justifique a prisão. É o caso em que duas fontes que foram presas por violarem a Lei de Associação Ilegal e da Lei de Importação e Exportação. O crime? Uso de motocicletas sem licença.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, fez um apelo ao governo que acabem com a perseguição a jornalistas e revise as leis do país, consideradas imprecisas.

Fonte: Portal Imprensa