OAB apóia Comissão Dellane em reunião na ABI


17/03/2008


O dois anos de desaparecimento do jornalista, professor e escritor Roberto Dellane foram lembrados nesta última sexta-feira, dia 14, na sede da ABI, no Rio, durante o ato “Delanne, dois anos de tortura social”. O jornalista foi visto pela última vez em 16 de março de 2006, em Santa Lúcia, bairro onde morava em Imbariê, distrito de Duque de Caxias-RJ. Parentes de Dellane registraram ocorrência na 62ª DP, mas até hoje o inquérito não foi concluído.

O ato, que aconteceu na Sala Belisário de Souza, foi organizado pela Comissão Dellane (Comdellane) — que congrega representantes de 24 entidades, além de parentes e amigos do jornalista — para cobrar agilidade nas investigações. A comissão foi criada há um ano pelo jornalista e suplente do Conselho Deliberativo da ABI André Moreau.
— Escolhi a ABI para sediar os protestos em razão da solidariedade e do apoio da Casa — expresso por seu Presidente, Maurício Azêdo — às iniciativas que possam esclarecer o desaparecimento de Roberto Delanne — diz Moreau.

Investigações

Durante o encontro, a Comissão Dellane recebeu o apoio da OAB-RJ para acompanhar o caso e intensificar ações junto à Secretaria de Justiça, para que se dê seqüência ao inquérito.
— Na próxima semana, alem da reunião oficial com a Ordem dos Advogados, vamos marcar um encontro com o Governador do estado, Sérgio Cabral Filho, pois a Comissão Dellane aguarda há mais de ano uma resposta das Secretarias Estaduais de Justiça e de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos. Ainda há muito a se descobrir. Por exemplo, onde foram parar o computador e o telefax de Delanne, além de todos os originais de um livro que ele escrevia sobre metodologia de alfabetização, baseado na obra de Paulo Freire? — pergunta Moreau, que também vai solicitar ao Governador a construção de uma unidade escolar em Imbariê, para dar continuidade ao trabalho de alfabetização realizado por Roberto Dellane.