O momento do discernimento


09/04/2010


 

“Ninguém é bastante competente para governar 
outra pessoa sem o seu consentimento” 

Abraham Lincoln (1809-1865)
Discurso em Teoria, Illinois, 16-10-1854

O título envolve conceitos que dizem, na sua sinonímia, da Inteligência e da perspicácia. O momento é esse, meus caros leitores. Voltemos os olhos em torno do “mapa mundi” e procuremos definir o que somos entre as nações desenvolvidas neste século, considerando estudos internacionais que se fazem no que diz respeito ao “status Brasil”, nos termos usuais de média potência, potência regional, superpotência emergente ou grande potência.
Acreditamos que o Brasil deva ser considerado uma potência emergente, já que tem condições para se fazer ouvir não só na América do Sul como internacionalmente. 

A grande preocupação com respeito à evolução do País está voltada, ao que cremos, para a frágil estrutura orgânica do Estado para gerir em futuros próximos os campos social, político e econômico, em razão das mais altas responsabilidades que advirão, certamente, em decorrência da evolução que se prevê.
Embora o País em termos de equilíbrio social e político considere-se estável, observa-se, todavia, que medidas necessárias, que deveriam ser tomadas “pari-passu” com a evolução do próprio sistema, nas órbitas do Estado, ou melhor nos três Poderes da República, não vêm se dando a contento, vez que a maioria das instituições que lhes são subordinadas carecem de definição dos seus rumos, ou são mal dirigidas.
E não haverá solução de continuidade, se, na nova conjuntura que se esboça para a eleição de um novo dirigente da República, nós brasileiros, civis ou militares, não soubermos discernir entre o bem e o mal, levando-nos a lutar por uma causa justa, guiada, sim, pela razão, pelo encontro de alternativas face aos nomes que possam garantir o respeito às instituições e ao direito de vermos mudar as imagens sombreadas que nos são expostas no nosso dia-a-dia, esperanças de um povo que bem merece outros prismas. 

Sabemos que já não temos aqueles velhos líderes que, na História da nossa Pátria, ampararam a sociedade com risco até da própria vida; mas se nos apresentam agora e mais que nunca o direito e o dever de buscá-los onde se encontrem, até no recesso dos seus lares, falando-lhes ao pé do ouvido, rogando-lhes que deixem a inatividade justa de que gozam, a fim de retornarem à velha luta de tempos passados, muitas vezes até próximos.
Não desejamos citar nomes porque poderíamos ser mal interpretados, mas acreditamos que poderão surgir, abraçando com interesse e estoicismo essa nova alternativa de comando e poder. A sociedade necessita ouvi-los, a fim de recuperar a esperança que lhe foge nesse instante.

Desejamos encontrar uma figura impoluta, líder constante, observador atento, nacionalista por excelência, civil ou militar, que possa incidir na feitura de planos eficazes, dando rumo certo a uma evolução do nosso parque industrial, na nossa infra-estrutura de transporte rodoferroviário, na transposição das águas do nosso Rio São Francisco, no acabamento da nossa represa de Tucuruí e sua eclusa, na construção de hidrelétricas, bem assim em benefício da educação, saúde e segurança, considerando que esse esquema será permitido em razão dos valores oriundos do nosso petróleo, tão logo entrem em produção os poços das nossas reservas do pré-sal.
Evidencia-se face ao novel acontecimento a necessidade estrutural de um Governo que realmente venha demonstrar para que vem, ante os inúmeros problemas que devem surgir quando iniciarmos a aplicação de US$ 10 trilhões de dólares, valor calculado em razão de 90 bilhões de barris de petróleo (estimativa inicial) que não mais se escondem a 6.000 metros de profundidade (Petrobras) em nosso mar territorial (pré-sal), soma essa que se agrega às nossas já existentes reservas de 14 bilhões de barris, totalizando 104 bilhões de barris, como já foi dito em matérias anteriores.
O petróleo constitui para a Humanidade a principal fonte de energia, daí a necessidade de bem resolvermos, e rapidamente, a questão do marco regulatório, a fim de cuidarmos da logística em torno da produção do óleo do pré-sal e suas aplicações.

Há serias preocupações no ar!

A nossa própria defesa na vigilância da nossa costa e mar territorial está exigindo que, quanto antes, tenhamos condições para guarnecer pontos- chave vulneráveis, os quais, face aos recursos naturalmente advindos do pré-sal, poderão ser cobertos pelos Forças Armadas, ou seja, Exército, Marinha e Aeronáutica.
Esse assunto relativo à dotação de equipamentos modernos para as Forças Armadas é mais premente.

Segundo recentes informes obtidos na internet, tais projetos estão sendo examinados, principalmente pela marinha, em razão da defesa das plataformas do petróleo do pré-sal em nosso mar territorial.

Evidencia-se, pois, a necessidade de dotarmos as nossas Forças Armadas de equipamentos modernos com os quais possam dar treinamento aos seus efetivos, multiplicando suas capacidades de enfrentamento, ativando com eficiência e agilidade todas as suas missões em terra, ar e mar, caso necessário. 

Que o discernimento e as suas sinonímias, a inteligência e perspicácia se aliem ao amor à Pátria, neste momento que julgamos histórico e que deverá unir os que realmente desejam transfigurar imagens negativas que nos perseguem, dando-nos a figura de um líder inconteste para dirigir os nossos destinos.

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Bernardino Capell Ferreira, sócio da ABI, é escritor, jornalista e membro efetivo do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil