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O caso Janja e Musk


18/11/2024


Por Luis Nassif, em Jornal GGN

Primeira dama (termo solene) mandar um potentado estrangeiro se f* pode soar forte. Mas as repercussões sobre o episódio são mais descabidas ainda.

Tudo bem, foi uma grosseria. Mas que fique claro:

  1. Não vai mudar um centímetro a posição de Elon Musk – ou Donald Trump – em relação ao Brasil.
  2. Não afetou em um centímetro a reunião do G20.
  3. No máximo, causou um “incômodo” diplomático.

Em 2018, Melania Trump visitou um abrigo de crianças migrantes separadas de suas famílias e usou, sem perceber a ocasião, um casaco com a frase “Eu realmente não me importo, e você?”. Gerou críticas globais por alguns dias e acabou.

Jacqueline Kennedy, em pleno período de luto pela morte do marido, declarou que “eu odiava o casamento político”. Levou críticas de todo lado por desmerecer o papel de primeira dama.

Pat Nixon foi além: “As mulheres são melhores para cuidar de crianças”.

E o que dizer da belíssima Carla Bruni? “A monogamia me entedia”.

Foi superada pela rude franqueza de Rosalynn Carter: “A opinião pública me entedia”.

E de Barbara Bush: “Os pobres não são problema meu”.

Ou de Michele Bolsonaro, enfiando Deus no meio: “Deus escolheu meu marido para salvar o Brasil”.

Nenhuma das frases mudou um centímetro a postura política dos respectivos maridos.

No máximo, Janja será conhecida, agora, pela franqueza, por não ter papas na língua. E por servir de álibi para que dezenas de especialistas em posturas de primeira dama possam distribuir lições a torto e a direito.