Notícia sobre documentos secretos expõe os EUA


29/11/2010


A Secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, condenou o site Wikileaks pelo vazamento de documentos secretos do Governo norte-americano, publicados em jornais neste fim de semana. Segundo o jornal espanhol El País, ela disse que a revelação dos relatórios, que incriminam o serviço diplomático dos EUA, “é um ataque à comunidade internacional”.
 
 
A documentação secreta produzida pelo Departamento de Estado dos EUA é “um material que fornece notícias relevantes para a gestão das questões de grande impacto global, como o programa nuclear do Irã, as tensões no Oriente Médio, as guerras no Iraque e no Afeganistão e outros conflitos na Ásia e na África”, informou o jornal El País.

 
Hillary disse que, apesar da gravidade do assunto, espera que as relações com os países aliados “não sofram nenhum dano”. A afirmação foi feita durante uma entrevista coletiva em Washington, na manhã desta segunda-feira, 29 de novembro.
 
 
O estrago causado pelo vazamento do Wikileaks para jornais dos Estados Unidos e da Europa é grande. Ao todo foram revelados 251.287 documentos sobre atividades secretas do Departamento de Estado dos EUA nos últimos dois anos. Entre os veículos que receberam as informações estão o The New York Times (EUA), El País (Espanha), The Guardian (Londres), Der Spiegel (Alemanha) e Le Monde (França).
 
 
Os documentos indicam que diplomatas norte-americanos estariam atuando supostamente como espiões, e outros que comprometem gravemente a política externa dos Estados Unidos. Muitos documentos são altamente comprometedores, pois destacam conversas de autoridades norte-americanas com interlocutores do alto escalão em outros países, relatórios secretos sobre temas delicados como o isolamento do Presidente da Venezuela, Hugo Cháves, na América Latina.
 
 
Por causa da repercussão negativa do vazamento, cujos danos ainda estão sendo calculados, o Governo Obama determinou que seja feita uma revisão dos sistemas de comunicação das agências de inteligência, visando a não prejudicar as relações diplomáticas com diversos países aliados.
 
 
Hillary Clinton telefonou para os líderes dos países que ficaram em situação mais delicada — China, França, Alemanha e Arábia Saudita — por causa do vazamento dos documentos secretos.
 
 
O Departamento de Estado tratou de enviar um relatório às comissões do Senado e da Câmara dos Deputados, com um alerta sobre a situação. Os Governos da Espanha, Itália, Reino Unido, Canadá e Austrália confirmaram que também foram comunicados sobre o vazamento, mas não se pronunciaram sobre as medidas que irão adotar sobre o assunto.

O diretor do Escritório de Orçamento (OMB, na sigla em inglês), Jacob Lew, instruiu as 16 agências da comunidade de inteligência norte-americana para que façam uma rápida reestruturação nos seus sistemas de modo que, no interesse da segurança nacional, nem todos os servidores tenham acesso a informações classificadas como sigilosas.

 
 
De acordo com mensagem divulgada pelo OMB “qualquer publicação de informações classificadas (sigilosas) é uma violação de nossas leis e compromete a nossa segurança nacional”.
 
 
* Com informações do El País.