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Morre Sebastião Salgado, o maior fotógrafo do Brasil e um dos maiores da história


23/05/2025


Da Folha de São Paulo

Foto: Joel Saget -18.mai.2021/AFP

Sebastião Salgado , o maior fotógrafo brasileiro e um dos maiores da história, morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris. A causa da morte ainda não havia sido divulgada até o final da tarde, pelo horário da França. Ele deixa Lélia Wanick Salgado, sua mulher desde 1967, e os filho Rodrigo e Juliano.

Salgado sofria de problemas de saúde crônicos relacionados à malária, doença que contraiu nos anos 1990. Neste sábado (24), ele participaria do vernissage de vitrais desenhados pelo filho Rodrigo, que tem síndrome de Down, para uma igreja na cidade de Reims. Na véspera, o fotógrafo havia cancelado sua presença em um encontro para jornalistas também em Reims, alegando problemas de saúde.

A reportagem da Folha esteve com Salgado há um mês, para entrevistá-lo sobre os vitrais de Rodrigo. Na ocasião, ele disse que vinha fazendo um novo tratamento, que lhe dera mais energia. “Minhas fotos talvez sobrevivam cem anos, mas os vitrais dele vão ficar por milhares de anos”, disse Salgado na ocasião.

Fotógrafo documental e fotojornalista, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu em 1944 na pequena Aimorés, no interior de Minas Gerais. Um humanista, ele dedicou seu olhar às injustiças do mundo, tendo fotografado a mineração e levantes sociais, como a Revolução dos Cravos, em Portugal.

Também ficou conhecido como um dos principais defensores da preservação ambiental com suas fotografias da Amazônia.

Em 1996, as lentes de Salgado testemunharam uma das maiores ocupações na história do MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. O resultado foi o celebrado livro “Terra”, editado pela Companhia das Letras, que contou com prefácio do português José Saramago e músicas de Chico Buarque.

Para o editor Luiz Schwarcz, publisher da Companhia das Letras, a morte de Salgado representa uma “grande perda”. “Era um perfeccionista, realmente. Além da amplitude, era muito preocupado com aspectos gráficos.”

O fotógrafo se consagrou no final dos anos 1980 com uma série de imagens em preto e branco de Serra Pelada, local de mineração de ouro na Amazônia que atraiu 50 mil trabalhadores que acalentavam o sonho de ficar ricos. Suas fotos davam a impressão de que o garimpo era um formigueiro humano.