Morre Braguinha, o mecenas do esporte brasileiro


12/01/2021


Por João Batista de Abreu, jornalista, conselheiro da ABI

Se existe alguém que mereça o título de mecenas do esporte brasileiro, este chama-se Antônio Carlos de Almeida Braga. que morreu hoje em Sintra, a cidade serrana mais bonita de Portugal, aos 94 anos. Principal acionista da seguradora Atlântica/Boavista, Braguinha tinha uma paixão: apoiar jovens atletas nos mais variados esportes, desde o jovem Edson Arantes do Nascimento ao tenista Guga, passando em velocidade por Emerson Fittipaldi.

O apoio não vinha após a consagração do atleta, mas nos primeiros gols, nas primeiras acelerações, nos primeiros saques. Sócio benemérito do Fluminense, Braguinha era uma figura respeitada no clube, que cansou de ajudar financeiramente, sempre sem alarde.

A última vez foi há cinco anos, quando a direção do clube decidiu enfim reformar a piscina olímpica, para voltar a torná-la em condições de sediar competições oficiais de esportes aquáticos. O fundo foi rebaixado para atender as exigências da Confederação Brasileira. Terminada a obra, no melhor estilo malfeito, alguém se lembrou de medir as dimensões da piscina e descobriu que havia um erro de 13 cm.

A tradicional piscina olímpica do Fluminense F.C. não tinha 50 metros, mas 49,87 metros. Estabelecido o impasse, a quem a diretoria do clube recorreu para bancar a obra emergencial? Ele, sempre ele, o Braguinha. Sem alarde, sem placa comemorativa, sem anúncio na TV, nem nota oficial.

Antônio Carlos de Almeida Braga teve dois casamentos e deixa seis filhos, ou seja, um time completo de vôlei, um time de basquete e de futebol de salão com um reserva, uma equipe de revezamento de nado livre e de atletismo com dois reservas e um conjunto de remo sem patrão.