21/04/2025
Reprodução Instagram
Morreu no Rio de Janeiro, aos 100 anos, na noite de domingo (20/4), o jornalista, escritor e poeta Wilson Figueiredo. Ele havia chegado ao centenário em 29 de julho do ano passado.
Nascido no município de Castelo, no Sul do Espírito Santo, Wilson Figueiredo veio ainda criança para Minas, onde morou em Raul Soares, Divinópolis, Montes Claros, Uberaba e Belo Horizonte. Nos quatorze anos em que residiu na capital, a partir de 1943, preparou-se para o vestibular de Medicina – que não chegou sequer a tentar – e começou o curso de Letras Neolatinas, sem concluí-lo.
Fisgado pelo jornalismo, por indicação de Carlos Castelo Branco, trabalhou como redator e tradutor na Agência Meridional, então do Estado de Minas. Também atuou como secretário na Folha de Minas, substituindo Jair Rebelo Horta, e foi um dos idealizadores da revista Edifício, que circulou em quatro números ao longo do primeiro semestre de 1946, dando nome à geração a que também pertenceram Autran Dourado, Francisco Iglésias, Octávio Mello Alvarenga e Sábato Magaldi.
Encorajadas pelo amigo Mário de Andrade, suas incursões pela poesia renderam dois livros: “Mecânica do azul”, de 1946 (com capa de Burle Marx e prefácio de Alceu Amoroso Lima, o Tristão de Athayde), e “Poemas narrativos”, de 1948, ambos depois renegados por Figueiredo, que tratou de recolher rapidamente os exemplares disponíveis
Sua opção pela carreira na imprensa consolidou-se em 1957, com a mudança para o Rio de Janeiro, onde viveu até sua morte. Com passagens pela Última Hora e por O Jornal, foi mesmo no Jornal do Brasil que trilhou a maior parte de seu percurso, testemunhando momentos marcantes da história do JB, como a importante reforma gráfica e editorial de 1959, iniciada por Odylo Costa, filho, Jânio de Freitas e Amílcar de Castro. Foram 45 anos de casa. Repórter, editor, colunista, cronista, editorialista e diretor.
O velório será realizado na terça-feira (22), das 11h00 às 15h00, na Capela 2 do Cemitério São João Batista. O sepultamento será às 15h00.