Moção de pesar pela morte de Gustavo Dahl


28/06/2011


Por proposta dos Conselheiros Maurício Azêdo e Jesus Chediak, o Conselho Deliberativo da ABI aprovou nesta terça-feira, 28, moção de pesar pelo falecimento do cineasta Gustavo Dahl, cuja atuação como jornalista e polemista foi realçada pelos autores da proposição, que lembraram a contribuição de do cineasta na defesa do cinema brasileiro em artigos, ensaios e outros textos publicados em jornais, revistas e outros veículos.

O  corpo de Gustavo Dahl, 72 anos, foi velado na tarde desta terça-feira, 28, no Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio. Ele morreu na segunda-feira, 26, vítima de um infarto, em Trancoso, na Bahia. Argentino, naturalizado brasileiro, Dahl conquistou amplo reconhecimento por sua atuação no cinema, na política, e no incentivo à produção nacional.

O cineasta dirigiu e produziu curtas e longa-metragens de destaque na segunda-fase do Cinema Novo comoEm busca do ouro” e “O bravo guerreiro“. Ensaísta e crítico, no período de 1958 a 1975, Dahl colaborou nas revistas Civilização BrasileiraEM> e Cahiers du Cinéma, bem como nos semanários Opinião e Movimento, no Jornal do Brasil, Correio Brazileiense e Folha de S. Paulo. 

Em 1965, Dahl recebeu os prêmios Coruja de Ouro e Saci pela montagem de “A Grande Cidade”, de Cacá Diegues. Em 1974, foi agraciado com a Coruja de Ouro pela montagem de “Passe Livre”, de Oswaldo Cadeira. 

A partir da década de 1970, o cineasta iniciou sua carreira de gestor público de cinema na Superintendência de Comercialização da antiga Embrafilme. Atuou ainda nas presidências da Associação Brasileira de Cineastas, do Conselho Nacional de Cinema(Concine), e do Conselho Nacional de Direitos Autorais. Foi o primeiro diretor-presidente da Ancine a partir de 2002; atualmente, era gerente do Centro Técnico Audiovisual do Ministério da Cultura(CTAV), órgão desse Ministério.

Em nota divulgada à imprensa, a Ministra da Cultura Ana de Hollanda lamentou a morte de Dahl:
“A morte inesperada de Gustavo Dahl é um golpe profundo não para a comunidade do cinema, como para o Brasil. A começar que ele, argentino de nascimento, se tornou um brasileiro como nós por opção. Cineasta, crítico e gestor público, com muitos prêmios, sua atuação à frente da Embrafilme a converteu na segunda maior distribuidora do País. Doou generosamente sua experiência e sensibilidade a todos os órgãos pelos quais passou, desde a Associação Brasileira de Cineastas, Concine, Conselho Nacional de Direitos Autorais e Ancine, até o Centro Técnico Audiovisual do Ministério da Cultura, do qual era gerente. Isso sem esquecer, ainda, de sua figura humana, luminosa e divertida, que tornava as reuniões de trabalho ocasiões de enriquecimento cultural. Deixo meu abraço solidário à família, aos amigos e a toda a comunidade do cinema“.