México cria fundo de proteção a jornalistas e ativistas pelos Direitos Humanos


Por Igor Waltz*

11/11/2013


México cria fundo de proteção para tentar conter a escalada de violência contra jornalistas. (Crédito: Ulises Ruiz Basurto/EFE)

México cria fundo de proteção para tentar conter a escalada de violência contra jornalistas. (Crédito: Ulises Ruiz Basurto/EFE)

O governo do México anunciou, no último dia 5 de novembro, a criação de um fundo para a proteção de jornalistas e ativistas pelos Direitos Humanos, alvos frequentes da ação criminosa do cartel do tráfico de drogas e do crime organizado. O país é hoje um dos mais perigosos do mundo para a atividade jornalística.

O objetivo do governo de Enrique Peña Nieto é “garantir a vida, integridade, liberdade e segurança das pessoas que se encontram em situação de risco como consequência da defesa ou promoção dos direitos humanos e do exercício da liberdade de expressão e do jornalismo”.

O Ministério do Interior publicou no “Diário Oficial da Federação” que, desta forma, o organismo pretende “implementar e operar as medidas de prevenção e de proteção” desta parcela da população por meio de financiamento.

O México enfrenta uma intensa onda de violência desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón assumiu o governo e militarizou a luta contra o narcotráfico, que já deixou milhares de mortos.

De acordo com dados do Comitê de Proteção aos Jornalistas – CPJ, “violência associada ao tráfico de drogas e ao crime organizado converteu o México em um dos países mais perigosos do mundo para a imprensa”, sendo que ao menos 50 comunicadores foram assassinados ou desapareceram entre 2007 e 2012.

Violência policial

Organizações internacionais também denunciam a repressão policial contra jornalistas e a impunidade dos agentes como um problema grave no país. No dia 2 de outubro, durante uma marcha que relembrou a Chacina de Tlatelolco, um massacre de estudantes mexicanos em 1968, 46 jornalistas e defensores dos direitos humanos foram agredidos, segundo a organização não-governamental Articulo19.

Do total, 32 casos foram cometidos por policiais, oito por agressores desconhecidos, três  cometidos por supostos policiais à paisana e três por pessoas de rosto coberto.

 *Com informações do R7 e Articulo19.