Livro conta a história da rádio Mayrink Veiga


02/12/2011


 
A obra “Pelas Ondas da Mayrink”, de Norma Hauer, relembra os detalhes e fatos mais importantes da história da rádio Mayrink Veiga, uma das rádios mais importantes do Rio de Janeiro e do Brasil. A obra celebra grandes personagens da história do rádio brasileiro, entre cantores, radialistas e compositores, desde a fundação da emissora em 1926, até o seu fechamento, em 1965.
 
 
A autora relata na introdução do livro como a ideia de escrever sobre a Mayrink Veiga nasceu após terminar de produzir a biografia de Carlos Galhardo, um dos maiores cantores da época de ouro do rádio. Norma destaca também o valor afetivo que a Mayrink Veiga possui para ela:
— Vivi a época áurea daquela emissora, desde criança, nos anos 30. Minha irmã mais velha ouvia a PRA-9 (forma como também era conhecida a Mayrink Veiga) o dia inteiro e nós a acompanhávamos.
 
 
No prefácio do livro, o Presidente da ABI, Maurício Azêdo, elogia o trabalho da autora:
— Com rigor de exatidão, Norma expõe um inventário de participantes da Mayrink Veiga com um nível de pormenorização que faz desta obra uma espécie de livro multidão. Tantas são as pessoas que foram por ela arroladas nesta obra que tem grande preocupação de síntese e consegue alcançá-la, mencionando apenas o principal relativo a cada personagem.
 
A publicação destaca momentos como o Programa Casé, que alavancou a audiência da rádio no início dos anos 30, e o auge da Mayrink Veiga a partir da chegada de César Ladeira em 1933, assumindo a direção artística da PRA-9. Ali começava o processo de profissionalização no rádio, que deu maior credibilidade e qualidade à emissora.
 
 
Norma revisita o período de decadência da rádio, a partir de 1948, quando César Ladeira, Mário Lago, Carlos Galhardo e outros artistas deixaram a emissora. A autora aponta a chegada da TV ao Brasil, no início da década de 50, como um dos fatores que ajudaram a diminuir a popularidade do rádio e, consequentemente, a audiência da Mayrink Veiga.
 
 
O “Pelas Ondas da Mayrink” conta ainda detalhes dos momentos finais da rádio na década de 60, quando apoiou a “Cadeia da Legalidade”, liderada por Brizola, e por este motivo passou a ser vista como inimiga do regime militar, instaurado no Brasil após o golpe de 64. Por fim, em 1965, a Mayrink Veiga foi fechada após decreto do governo militar.
 
 
Sobre a autora
 
nbsp;
Norma Hauer, nascida em Curitiba, em 1925, mora no Rio de Janeiro desde 1927. Sua paixão pelo rádio vem da época em que seu pai comprou o primeiro rádio, nos anos 30. Obrigada a ouvir o que a irmã mais velha queria, fascinou-se pelo aparelho e pela PRA-9, emissora preferida da irmã.
 
 
Norma aliou sua paixão à profissão, e escreveu sempre sobre assuntos ligados ao rádio em jornais como o Correio da Manhã, Diretrizes, Democracia e Jornal do Brasil , e na revista A Cena Muda.Hoje participa do jornal virtual Montbläat. Antes de lançar o “Pelas Ondas da Mayrink”, publicou a biografia de Carlos Galhardo em 1988, intitulada “Carlos Galhardo – uma voz que é um poema”.