Lei Aldir Blanc, para mitigar
a nossa dor


19/08/2020


Por Diana Aragão, membro da comissão de Cultura e Lazer da ABI

A Cultura no Brasil foi e é, sempre, tratada aos pontapés. Ainda não chegamos, acredito, ao ponto de Hermann Goering (chefe nazista) que afirmava “quando ouço falar em Cultura, puxo logo o meu revólver”. Foi praticamente o que aconteceu a partir do governo de Fernando Collor de Mello ao extinguir a Funarte – fundação que atuava no Brasil inteiro, a partir do Rio de Janeiro, funcionando como um verdadeiro ministério da cultura.

A Funarte promovia do Norte ao Sul do país shows antológicos dentro do Projeto Pixinguinha (viva Herminio Bello de Carvalho e Albino Pinheiro que sempre trabalharam com maestria nesta área tão devastada há tempos), projetos de dança, teatro, cinema, circo, cirandas, cantadores, discos, enfim tudo que cercava e cerca nosso rico acervo cultural em qualquer esfera.

A partir deste vergonhoso desmonte a nossa cultura nunca mais foi a mesma, vivendo de pires na mão, contando com alguns incentivos de empresas que abatiam no imposto de renda a pagar. Tal e qual ainda acontece hoje.

Agravada pela pandemia, que soterrou vidas, a bendita cultura sofre com um país esfacelado em todos os sentidos. Por isso e muito mais, torcendo para que a Lei Aldir Blanc faça justiça ao nosso grande artista, compositor do Brasil, mitigando um pouco a nossa dor.