Ladrões voltam a atacar a sede da ABI


13/01/2011


A ABI apresentou denúncia à 5ª Delegacia Policial, nesta terça-feira, dia 11 de janeiro, de novo assalto aos letreiros do hall térreo do Edifício Herbert Moses, do qual, pela segunda vez em dez dias, ladrões furtaram 210 letras de bronze com os nomes de jornalistas que participaram da construção do prédio, entre 1936 e 1938. O furto foi cometido por volta das 4 horas da madrugada de terça-feira.
Situados em duas colunas sob uma inscrição que registra sua colaboração para a execução da obra, os caracteres foram arrancados presumivelmente com um pé-de-cabra, que não conseguiu retirar da parede alguns dos caracteres de um ou outro nome.
Da primeira coluna foram levadas 126 letras, com os nomes de Edmir Pederneiras, Elmano Cardim, Francisco Galvão, Francisco Pessoa de Queiroz, Francisco Souto, Franklin Palmeira, Gabriel Bernardes, Gastão de Carvalho, Heitor Beltrão, Heitor Moniz, Hélio Silva e Ary Franco.
Foram subtraídos da segunda coluna 84 caracteres com os nomes de Raphael Pinheiro, Raul Borja Reis, Rodolpho Motta Lima, Romeu Ribeiro, Satyro Rocha, Vivaldo Coaracy, Vladimir Bernardes e Edgar Costa. Do primeiro nome dessa coluna, Póvoas de Siqueira, os ladrões só conseguiram arrancar a letra O.
 
Silêncio de Turnowski
 
Após o primeiro furto, a ABI oficiou ao Chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, pedindo empenho especial na apuração do crime. Turnowski nem respondeu à solicitação, feita nos seguintes termos:
 
“Senhor Chefe de Polícia,
A Associação Brasileira de Imprensa dirige-se a Vossa Senhoria para solicitar seu interesse pessoal pela condução da investigação destinada a apurar o furto de que foi vítima na madrugada do dia 1º deste mês de janeiro, quando ladrões levaram do hall térreo de sua sede, situada na Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro, 150 caracteres de bronze com os nomes de dez jornalistas homenageados por sua participação no esforço de construção do Edifício Herbert Moses, inaugurado em setembro de 1938 e tombado em 1984 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional–Iphan.

A ocorrência foi comunicada pela ABI à 5ª Delegacia de Polícia, que fez o respectivo Registro no procedimento de nº 005-00113/2011-01, ao qual foram juntadas, a seu pedido, fotografias com as marcas dos caracteres furtados e a lista dos nomes que estes compunham.

É natural a suposição de que os ladrões negociaram a massa de metal subtraída com ferros-velhos da Cidade ou do Estado do Rio de Janeiro, pois só estes teriam benefício econômico com o produto furtado. Daí nosso apelo a Vossa Senhoria para que a investigação alcance desde logo os ferros-velhos citados, antes que os caracteres sejam reduzidos a uma pasta metálica.

Ficaremos gratos se Vossa Senhoria nos mantiver a par do andamento da investigação que solicitamos.

Peço-lhe que aceite as expressões do nosso elevado apreço.
Atenciosamente, (a) Maurício Azêdo, Presidente.”