Representantes do “Clarín” e do “La Nación” deverão depor no caso Papel Prensa


Por Cláudia Souza*

12/03/2015


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O pedido foi feito pelo promotor Leonel Gómez Barbella, que assumiu o caso no fim de 2013. O juiz Julián Ercolini avaliará o pedido. Papel Prensa é o nome de fábrica de papel de jornal que foi comprada há 39 anos pelos dois veículos de comunicação citados. Os herdeiros do então proprietário da empresa afirmam que foram coagidos pelo governo militar argentino a ceder o controle da fábrica ao “Clarín” e ao “La Nación”.

O promotor Leonel Gómez Barbella solicitou os depoimentos de Héctor Magnetto e de Ernestina Herrera de Noble, respectivamente, acionista e diretora do grupo El Clarin, e de Bartolomé Luis Mitre, diretor do “La Nación”. Barbella acusa os empresários de amedrontarem as vítimas para vantagem econômica ilegítimo. Os acionistas dos jornais estão sendo investigados por suposta extorsão e crime de lesa-humanidade contra os herdeiros da Papel Prensa, que teriam sido torturados por agentes do regime militar argentino a pedido dos empresários dos dois jornais.

Em nota oficial os acusados  afirmam que a iniciativa “é uma manobra do governo de Cristina Kirchner para intimidar a imprensa independente.” Os advogados questionam a indicação de Barbella alegando que ele faria parte de do  grupo “Justiça Legítima”, formado por  promotores e juízes que apoiam o governo argentino. “Após mais de quatro anos de investigação, que começou com uma entrevista coletiva da presidente [Cristina Kirchner] em agosto de 2010, não foi possível coletar nenhuma evidência que indique irregularidade na operação. não existe evidência alguma para que a venda das ações da Papel Prensa possa ser considerada um delito e menos ainda um delito de lesa-humanidade”, afirma a nota.

*Com agências internacionais