10/01/2018
Dois jornalistas da agência de notícias Reuters serão processados em Mianmar, nesta quarta-feira (10), por violarem “segredos de Estado”, após uma investigação sobre a situação no oeste do país.
O Exército é acusado de cometer “limpeza étnica” contra a minoria muçulmana rohingya nessa região.
“Pedimos sua libertação sob fiança, mas o procurador a rejeitou”, disse à AFP o advogado dos jornalistas, Khin Maung Zaw, após a decisão do tribunal de Yangun, que ignorou os apelos internacionais a favor de sua rápida soltura.
Os dois repórteres birmaneses, Wa Lone, de 31, e Kyaw Soe Oo, de 27, foram detidos em 12 de dezembro, depois de jantarem com agentes policiais.
As autoridades acusam a dupla de ter documentos relacionados com as operações das forças de segurança no estado de Rakhine, no oeste do país. Se forem considerados culpados, podem ser condenados a até 14 anos de prisão.
Mais de 650 mil rohingyas fugiram do oeste de Mianmar desde o início da campanha militar do Exército em Rakhine, no final de agosto.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirma que “não pode excluir a possibilidade de atos de genocídio” contra os rohingyas. O Exército e o governo birmanês rejeitam as acusações.