Jornalistas apóiam construção de centro cultural


19/01/2009


Um grupo formado por jornalistas, artistas e intelectuais fará um manifesto, dia 22 de janeiro, quinta-feira, às 17h, no Shopping Leblon (localizado na Av. Afrânio de Melo Franco, nº 266), contra a decisão da Secretaria estadual de Fazenda do Rio de Janeiro de leiloar um espaço no Shopping Leblon, que foi destinado, pelo então Governador Leonel Brizola, para a construção do Centro Cultural Casa Grande. A doação foi ratificada por meio de decreto legislativo aprovado na Alerj.

“Visita ao Centro Cultural Casa Grande” é o nome do ato que pretende que o Governo do estado cumpra o compromisso assumido com o Instituto Cultural Casagrande, de instalar um centro destinado à cultura nas dependências do prédio comercial.

O ato conta com o apoio de Fernanda Montenegro, Martinho da Vila e dos jornalistas Ana Arruda Callado, Ziraldo e Zuenir Ventura, membros do Conselho Consultivo do Instituto Casa Grande, do qual também fazem parte o jornalista Milton Coelho da Graça, o poeta Ferreira Gullar, o arquiteto Oscar Niemeyer e o cantor e compositor Sérgio Ricardo.

A Secretaria Estadual de Fazenda anunciou que o local vai a leilão no dia 27 de janeiro, e o movimento por meio de um abaixo-assinado pede que o Governador Sérgio Cabral Filho cancele a sua realização. Segundo o produtor teatral Moysés Ajhaenblat, a idéia do leilão partiu do Secretário de Fazenda do Rio, Joaquim Levy. 

Contrapartida

O documento dos manifestantes lembra que, em 2002, a então Governadora Benedita da Silva promoveu um convênio para viabilizar a criação do Centro Cultural Casa Grande, dando forma jurídica à idéia, que “é um sonho de mais de 20 anos e uma luta de artistas e intelectuais, desejosos de expandir a tornar permanente a ação social do teatro”.

Moysés Ajhaenblat diz que o leilão fere o acordo que o Governo estadual fez com o teatro Casa Grande, que cedeu 30% do seu terreno para construção do shopping. A contrapartida seria o empreendimento comercial criar um complexo para o desenvolvimento de atividades culturais e acadêmicas, nos cinco andares localizados na parte superior do estabelecimento:
— O que nós queremos é que seja respeitado o nosso direito estabelecido por lei e por contrato. Por causa da lei de zoneamento, que é rigorosa, a construção do shopping só se viabilizou porque houve a concessão de nossa parte. Tivemos que sair do prédio antigo esperando a construção do novo. O Casa Grande ficou quatro anos parado, sem receita, esperando pelo novo teatro e o centro cultural, declarou Moysés.