30/07/2018
O jornalista mexicano Emilio Gutierrez Soto e seu filho adolescente foram libertados na noite de quinta-feira (26) pela Agência de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos. As informações são da Associated Press, Santa Fé News Mexican e ABCNews.
Emilio e seu filho estavam na unidade de El Paso, no Texas, segundo seu advogado, Eduardo Beckett, depois de ter o seu pedido de asilo negado pelos americanos. O acordo com a Agência de Imigração e Alfândega para liberar os dois ocorreu seis dias antes da audiência marcada em El Paso perante o juiz distrital David Guaderrama.
Advogados federais defendiam que o jornalista e o filho deveriam ser mantidos presos. Já os representantes de Gutierrez argumentaram que a prisão de ambos estava ligada às críticas que o jornalista fez à política de imigração dos EUA.
Gutierrez trabalhou para o El Diario del Noroeste, um jornal no estado de Chihuahua. Ele disse que seus problemas começaram depois que escreveu artigos dizendo que forças militares supostamente estavam roubando e extorquindo a população local em Chihuahua, que faz fronteira com o Novo México e parte do oeste do Texas.
O México é um dos lugares mais perigosos do mundo para o jornalismo, aliado à Síria e ao Iraque.
Depois de receber ameaças veladas em seu país – o jornalista descobriu que seu nome estava em uma lista de alvos – ele, então, fugiu os EUA em 2008, em busca de asilo.
Gutierrez, então, passou sete meses em detenção antes de sua libertação, em janeiro de 2009, enquanto seu pedido de asilo continuava pendente.
Em julho do ano passado, um juiz negou seu pedido de asilo, e o Conselho de Apelação de Imigração dos EUA indeferiu seu apelo, em novembro.
Em 7 de dezembro, ele e seu filho foram para o check-in de rotina com funcionários da imigração, acabaram algemados e presos depois que seu pedido de asilo foi negado.
Em um comunicado, o National Press Club, que vem defendendo a libertação de Gutierrez, disse que o jornalista ganhou uma bolsa de estudos para estudar jornalismo na Universidade de Michigan enquanto continua sua busca por asilo.
“Apesar de lamentarmos profundamente a longa detenção de um repórter que não violou as leis deste país, estamos entusiasmados que, em última análise, o bom senso e os valores americanos prevaleceram neste caso”, disse Kathy Kiely, membro da comissão de imprensa do National Press Club. Instituto de Jornalismo sem fins lucrativos.
Fonte: Portal Imprensa