30/08/2011
“Na quarta-feira, fui obrigado a abandonar meu país. A ditadura redobrou de tal modo a perseguição contra mim que concluí que corria perigo. Desta terra amiga, onde busquei refúgio, continuarei a luta contra o tirano, utilizando como sempre a arma que ele mais teme, a verdade da palavra escrita” afirmou Palácio em texto redigido de Miami.
Em 20 de julho último, Carlos, César e Nicolás Pérez, donos do jornal El Universo, e o jornalista Emilio Palacio foram condenados a três anos de prisão e ao pagamento de uma multa no valor de US$ 40 milhões (cerca de R$ 63,8 milhões) por injúria. Ambas as partes recorreram da decisão e uma nova audiência foi marcada para o próximo dia 13 de setembro. Os donos do El Universo alegam que o pagamento do montante requisitado incorrerá na falência do jornal.
Nesta segunda-feira, dia 29, Rafael Correa, negou o pedido dos funcionários do jornal El Universo para retirar o processo judicial. Em carta publicada no portal oficial El Ciudadano, Correa culpou os diretores do jornal pela decisão: “Lamento pelos momentos difíceis que vocês e suas famílias estão passando, mas sou eu o responsável por esta situação ou são aqueles que utilizaram o disfarce de imprensa livre e independente para transbordar todo seu ódio contra nossa revolução de forma ilegal e ilegítima?”
Correa exige retratação pela matéria assinada por Palácio na qual o jornalista afirma que o presidente equatoriano teria ordenado que fossem feitos disparos contra um hospital de Quito durante uma rebelião policial em setembro de 2010, que provocou uma crise política no país.
*Com O Globo, AP, Knight Center for Journalism.