Jornalista de Alagoas é ameaçada por publicar matéria sobre estupro


Por Igor Waltz*

26/11/2014


Thayanne Magalhães registra BO acompanhada de representes do Sindjornal e da Fenaj (Foto: Adailson Calheiros)

Thayanne Magalhães registra BO acompanhada de representes do Sindjornal e da Fenaj (Foto: Adailson Calheiros)

 

A jornalista Thayanne Magalhães, do portal Tribuna Hoje, registrou um boletim de ocorrência na última segunda-feira, 25 de novembro, após ter sofrido ameaças por ter publicado matéria sobre um caso de estupro. A reportagem dá voz a familiares do armador de móveis José Jordão, acusado de abusar de uma menina de nove anos, o que teria gerado revolta dos parentes da vítima. O caso foi registrada na Central de Flagrantes, localizada no bairro do Farol, em Maceió.

Thayanne diz ter recebido ligações telefônicas e mensagens em sua página pessoal no Facebook de Anne Katharine Ventura Gama, mãe da menor,  com intimidações por conta da publicação. A repórter afirma que em momento algum se colocou a favor do acusado e nega qualquer vínculo com ele.

“Eu entendo que a mãe esteja nervosa com o ocorrido, eu sou mãe também. O que me magoou foram os comentários da família dela, me acusando de vendida e dizendo que estou sendo parcial. Mas não sou amiga dele e nem da família, apenas coloquei a fala daqueles que me procuraram. Eu não afirmei que ele é inocente, coloquei aspas nas falas”, disse Thayanne.

A jornalista foi acompanhada na delegacia pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal), Flávio Miguel, e pela vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Valdice Gomes. “Vamos colocar nosso departamento jurídico à disposição para acompanhar; não podemos aceitar esse tipo de ocorrência”, observou o presidente da entidade.

Valdice lembrou que qualquer pessoa que se sentir prejudicada por alguma notícia deve procurar sua defesa, o direito de resposta, mas não tem o direito de ameaçar a integridade física do jornalista no exercício de sua função. “Quando as pessoas se sentirem prejudicadas, é legítimo que procurem sua defesa e que exijam seu direito de resposta, mas não devem tentar impedir a liberdade de imprensa. A Fenaj estará acompanhando o caso”, observou Valdice.

*Com informações do Portal Tribuna Hoje.  Postado por Igor Waltz.