Após ataque a diretor, jornal é ameaçado em Honduras


26/09/2017


Funcionários do El Libertador encontraram em frente à sede do jornal hondurenho no dia 21 de setembro uma mensagem com uma suposta ameaça aos jornalistas que trabalham no periódico, que fica em Tegucigalpa, capital de Honduras.

O recado apareceu um mês depois de o diretor do jornal, Johnny Lagos, e sua esposa e também jornalista, Lurbin Yadira Cerrato, terem sobrevivido a um ataque a tiros.

A mensagem consiste em um desenho do contorno de um corpo no chão, como feito por profissionais forenses em cenas de assassinato, e a sigla RIP (“rest in peace”), que significa “descanse em paz”, pintada com tinta spray em frente à redação do jornal.

Segundo o El Libertador, o desenho foi encontrado na madrugada do dia 21 por funcionários do jornal e foi denunciada à Polícia Nacional hondurenha no mesmo dia.

O jornal aventa duas hipóteses: a de que se trate de “uma piada de mau gosto originada por pessoas insensíveis à realidade social do país” ou “algum tipo de mensagem de advertência” relacionada ao ataque contra Lagos e Cerrato, ocorrido no dia 24 de agosto.

Na ocasião, o casal foi atacado após sair da sede do El Libertador por homens desconhecidos a bordo de um veículo. Lagos afirmou que foram disparados cinco tiros contra ele e a esposa.

O diretor do El Libertador também disse que durante o ataque um dos atiradores gritou ao outro: “é ele, mata esse filho da p*. Lagos saiu ileso do atentado, enquanto Cerrato levou um tiro de raspão no ombro esquerdo. Os atiradores, que também roubaram uma pasta com documentos da jornalista, fugiram logo após o ataque e até agora não foram identificados.

A polícia de Honduras classificou o ocorrido como uma tentativa de roubo. “Foi um roubo. Os indivíduos usaram armas de fogo e colocaram em risco a vida das vítimas”, indicou a polícia logo após o ataque, segundo a AP.

De acordo com o C-Libre (Comitê pela Liberdade de Expressão), formado por jornalistas hondurenhos, desde o ataque Lagos e Cerrato estão sob proteção especial do Mecanismo de Proteção para Defensores de Direitos Humanos, Jornalistas, Comunicadores e Operadores de Justiça.

O C-Libre também afirmou em nota que “Honduras é considerado um dos países mais perigosos do mundo para o exercício jornalístico” e que desde 2003 mais de 60 jornalistas e comunicadores foram assassinados no país.

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