Jornal exige apuração da morte de repórter


04/04/2012


A direção do jornal mexicano El Imparcial publicou editorial exigindo a investigação do assassinato do jornalista Alfredo Jiménez Mota, ocorrido há sete anos, em 2 de abril de 2005, na cidade de Hermosillo, estado de Sonora, no México. Com o apoio dos parentes do repórter, o Presidente do El Imparcial, Juan Fernando Healy Loera ressaltou a importância da investigação dos crimes contra a imprensa. “Queremos saber o que aconteceu com o jornalista Alfredo Jiménez Mota e exigimos que o caso saia dos arquivos da impunidade, assim como tantos outros”.
 
José Alfredo Jiménez e Esperanza Mota, pais do repórter, afirmaram que a Procuradoria Geral da República abandonou o caso em 2007, alegando que todas as linhas de investigação do assassinato foram esgotadas.
 
Alfredo Jiménez Mota era repórter da editoria de Polícia, e escrevia matérias sobre o crime organizado e segurança pública. Na noite do desaparecimento o jornalista avisou os colegas de redação que tinha um marcado com uma de suas fontes e que os encontraria em um restaurante logo depois, mas Alfredo não apareceu.
 
Após quatro dias sem notícias de Alfredo, os colegas iniciaram uma campanha para localizá-lo e registraram queixa junto à Procuradoria Geral do Estado de Sonora por privação ilegal de liberdade.
 
Autoridades estaduais e federais anunciaram apoio à investigação, na qual foram mais de 100 pessoas foram intimadas a depor. Através do rastreamento do celular do jornalista, a polícia identificou uma conversa telefônica longa às 23h04, entre Alfredo e Raúl Rojas Galván, então subdelegado da Procuradoria Geral da República em Sonora. Galván, que inicialmente negou a conversa e prestou vários depoimentos com informações contraditórias, foi transferido para outro estado, fato que a imprensa mexicana classificou como comprometedor.
 
Desde então, o processo sobre o crime, que reuniu mais de duas mil páginas, foi abandonado sem conclusão.

*Com Knight Center for Journalism.