Raul Pederneiras (1915-1917 e 1920-1926)

Não é tudo e não é muito o que fizemos, mas o pouco que deixamos basta para indicar que algo sólido já existe nas bases do grande edifício, desbravados os grandes óbices e traçada a larga estrada por onde os novos companheiros poderão prosseguir com maior desembaraço

Com a renúncia de Belisário de Souza, Raul Pederneiras assumiu o cargo de Presidente e deve-se a ele renascimento da ABI nos moldes operacionais. Segundo Victor de Sá, autor de “Um repórter na ABI”, com ele a instituição adquiriu sua personalidade jurídica, “publicando e registrando na folha oficial a nova lei orgânica, e fazendo registrar todos os livros da tesouraria no Tesouro Nacional”. Além desses atos administrativos e outros de igual relevância para a Associação, Pederneiras pleiteou aos Governos Municipal e Federal o título de utilidade pública, que somente foi conferida à ABI na gestão seguinte.

Também investiu em melhorias para a nova sede, à Rua Treze de Maio, 58, no último andar do prédio da Diretoria do Liceu de Artes e Ofícios. Regulamentou o funcionamento da Biblioteca e a obtenção da carteira de jornalista; deu forma ao projeto para a Escola de Jornalistas; convocou o primeiro congresso nacional da categoria; conseguiu a diminuição da taxa telegráfica para os serviços de imprensa; e incrementou a área de assistência social.

Sobre a sua administração, ele próprio escreveu em relatório: “Não é tudo e não é muito o que fizemos, mas o pouco que deixamos basta para indicar que algo sólido já existe nas bases do grande edifício, desbravados os grandes óbices e traçada a larga estrada por onde os novos companheiros poderão prosseguir com maior desembaraço.”