14/09/2024
Em celebração aos 40 anos do IPELCY – Instituto de Pesquisa e Estudo da Língua e Cultura Yorubá e dos 36 anos do Projeto Tradição dos Orixás, o Ilê da Oxum Apará e o MUDHABA – Movimento Ubuntu de Direitos Humanos de Amado Bahia em Confluência com o Bioafroancestrálico Olorode Ogyan Kalafo – Professor Jayro Pereira de Jesus realiza a inauguração do:
espeço de memorialização do Projeto Tradição dos Orixás.
Em 22 de agosto de 1984 é criado na Baixada Fluminense – RJ o IPELCY – Instituto de Pesquisa e Estudos da Língua e Cultura Yorubá, com a missão de explicitar pressupostos afroaxiológicos da visão de mundo africana, evidenciando suas invariáveis afrofilosóficas na dispersão transatlântica dos povos africanos nas Américas e apresentando uma proposta civilizacional contracolonial, não ocidental e não carteziana para a dinamização dos espaços de germinação e fertilização como exacerbação da Bioafroancestralidade como uma forma existencial de ver, ser e estar no mundo em contraposição a noção de terreiro, religião de matriz africana e da influência judaico-cristã maniqueista.
Em 1987 foi implementado o 1° curso de Língua e Cultura Yorubá da Baixada Fluminense-RJ, no Distrito de Mesquita na altura pertencente ao município de Nova Iguaçu. Em 1988, o IPELCY participou do coletivo de organização da Marcha contra a farsa da Abolição e do Ato Show – Organizar para transformar: da Lei do Ventre Livre ao Menor Abandonado.
Em 20 de novembro de 1988 – 100 anos da pseudo abolição – é realizado o primeiro encontro Estadual da Tradição dos Orixás na UFF-Universidade Federal Fluminense. O Tradição dos Orixás realizou 10 encontros regionais em comunidades “Terreiros” e 2 encontros Estaduais no Rio de Janeiro entre 1988 e 1993, culminando na elaboração do Dossiê: a Guerra Santa Fabricada, entregue ao Ministério Público Federal em Brasília – DF em 1998. Este Dossiê é considerado a primeira ação que objetivou criminalizar o racismo religioso no Brasil.
A Instalação propõe a rememorialização do percurso, por regiões afroperiféricas da Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro iniciado na década de 1980, quando importantes lideranças de Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e do Movimento Negro, engajaram-se na implementação do Projeto Tradição dos Orixás, que se fundamentou em três dimensões: Mobilização e articulação política; Garantia dos Direitos Humanos; e Valorização das afro-epistemologias.
Após 40 anos, é urgente o movimento de alternância e reconstrução que contribua com a superação das fragilidades das afro-epistemologias nas afroperiferias ou enquanto modo de vida afrodiaspórico.
Refazer o percurso trilhado, reconstruindo caminhos que recobrem a ética afro-epistemica na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro é o imperativo político da Instalação do Espaço de Memorialização do Projeto Tradição dos Orixás.
Programação
Visita mediada ao complexo cultural do Ilê da Oxum Apará
Alimentação tradicional
Círculo de diálogos com convidadas
Tema: o IPELCY no Acervo Cultural do Ilê da Oxum Apará: memorialização do movimento de articulação afroperiferica, reveladas pelo Memorial Lélia Gonzalez de Oxum.