Homenagem a Roberto Martins


19/06/2009


 Jorginho “Jim”, Oscarzinho, Jairo e Toni Sete Cordas

Familiares, amigos e associados da ABI reuniram-se na noite desta quinta-feira, dia 18 de junho, para celebrar o centenário de nascimento do compositor Roberto Martins. A platéia lotou o Auditório Oscar Guanabarino, no 9º andar do edifício-sede da ABI, para ouvir canções como “Meu consolo é você”, feita em parceria com Nássara, “Minha revelação” e “Como o tempo judiou”, ambas com letra de Mário Lago.

O repertório foi interpretado por Oscarzinho (violão), Toni Sete Cordas (violão de sete cordas) e Jorginho “Jim” (pandeiro). No microfone, os cantores Jorge Goulart, Célia de Souza, Jairo Aguiar, Léo Vaz, Oswaldo Souza, Sílvio Roberto, Therezinha Senna, Vera Lúcia, Zácaro e Vera Castro, se revezaram em canções que marcaram a época de ouro da música popular brasileira:
— Naquele momento, por volta da década de 30, o Roberto Martins era muito requisitado pelos cantores, devido à qualidade de suas melodias. Hoje, os compositores gravam suas próprias músicas para fazerem sucesso — disse Norma Hauer, organizadora da homenagem.

                 Norma Hauer e Jairo

Entre aqueles que o procuravam, estavam cantores como Ciro Monteiro, Carlos Galhardo, Orlando Silva e Francisco Alves, que gravou “Favela”, feita em parceria com Jorge Faraj. A canção, foi um dos primeiros êxitos de Roberto Martins, que também foi responsável pelo sucesso de alguns cantores da época, como lembra Norma Hauer:
— Muitos artistas começaram a aparecer a partir de gravações de músicas do Roberto, como é o caso de Nelson Gonçalves. Ele já tinha gravado um samba do Ataulfo Alves, mas não vingou. Ficou conhecido mesmo após interpretar “Renúncia”, de Roberto Martins e Mário Rossi. 

 Jorge Roberto Matins

Carreira

Roberto Martins nasceu no Rio de Janeiro, em 1909. Sua influência musical partiu da mãe, que tocava piano, instrumento em que ele aprendeu seus primeiros acordes e introduziu seu filho, Jorge Roberto Martins, no mundo da música:
— Lá em casa sempre tinha muita música, e aos nove anos meu pai me ensinou a tocar piano. Mas eu segui carreira na música através do Jornalismo — conta Jorge Roberto, que passou, entre outros, por veículos como Diário de Notícias, IstoÉ, Jornal do Commércio, e apresentou o programa “Sala de música”, na Rádio MEC.

Antes de se dedicar integralmente à música, trabalhou em uma fábrica no bairro da Tijuca quando tinha 12 anos, e depois em uma indústria em São Cristóvão, onde permaneceu até os 15 anos idade. Também atuou no ramo de calçados e, aos 20, decidiu ingressar na polícia como guarda municipal:
— Ao mesmo tempo, papai freqüentava os redutos de boemia e malandragem do Rio, e fazia suas músicas — lembra Jorge Roberto.

O samba “Olha lá um balão”, interpretado por Carlos Galhardo em 1935, foi uma de suas primeiras gravações, que na noite de ontem empolgaram o público no Auditório Oscar Guanabarino. Muitos dos presentes sabiam de cor as canções, mas ignoravam o fato de que o compositor era Roberto Martins:
— Um exemplo disso é o samba “Beija-me”, composto em parceria com Mário Rossi, e regravada agora por Zeca Pagodinho — diz Norma Hauer.